Naválni faz selfie com o advogado de Usmânov, Guênrikh Pádva, durante audiência.
ReutersA juíza Marina Vássina, do tribunal de Liubínski, deu, nesta terça-feira (31), vitória ao bilionário Alicher Usmânov no caso aberto contra o líder da oposição Aleksêi Naválni.
O tribunal ordenou que se apague o vídeo investigativo “Ele não é Dimon para você” do YouTube e se desmintam informações que defamem Usmânov.
Julgamento contra Naválni não ouviu testemunhas. / Foto: Reuters
Na última terça-feira, ocorreu a primeira análise da demanda judicial aberta por Usmânov, um dos empresários mais ricos da Rússia e que ocupa o 5° lugar no ranking da Forbes, com US$ 15,2 bilhões, contra Naválni.
O oligarca pede na justiça a “preservaçao de sua honra, mérito e reputação empresarial” um mês e meio depois de o Fundo de Combate à Corrupção, dirigido por Naválni, divulgar um vídeo sobre o suposto império da corrupção construído pelo premiê Dmítri Medvedev. No filme, Usmanov é acusado de pagar propinas ao premiê.
Até a primeira audiência, o oligarca e o opositor trocaram farpas em formato de vídeos nas redes sociais - iniciados pelo bilionário. Usmânov chamou Naválni de “perdedor”, e esse o convocou ao debate público, que o primeiro recusou.
Assim, a novela acabou já no segundo episódio, quando o oligarca prometeu rever Naválni no tribunal.
Durante o julgamento, a juíza Vássina não chamou testemunhas, apesar de Naválni ter pedido que se intimasse Medvédev.
Usmânov também não compareceu, e foi representado por um grupo de advogados chefiado por Guénrikh Pádva.
O oligarca Usmânov, que chamou Naválni de "perdedor", mas não topou um debate público sobre corrupção com aquele. / Foto: Iliá Pitalev/RIA Nôvosti
Cerceamento da investigação?
Por decisão do tribunal, o site criado para divulgar a investigação do fundo também deverá ser deletado, apesar de Usmânov só ser citado em um dos capítulos desse.
Nele, afirma-se que Usmânov presenteou uma instituição controlada por Medvedev, com quem ele estudou, com uma quinta no bairro de luxo moscovita “Rublióvka”.
Por determinação da juíza, Naválni também deverá deletar publicações em seu blog em que afirma que Usmânov pagou propina ao vice-premiê Ígor Chuvalov, assim como as acusações de censura contra Usmânov no jornal russo “Kommersant”.
Naválni firmou que recorrerá da decisão.
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