Acordo iraniano não é salvaguarda para relações Washington-Teerã
ReutersEmbora a chegada de Donald Trump à Casa Branca tenha provocado uma melhora nas relações russo-americanas, os países ainda mantêm posições significativamente diferentes acerca de algumas questões. A mais evidente delas envolve o acordo nuclear de Barack Obama entre os EUA e o Irã, severamente criticado por Trump.
A situação se intensificou esta semana após Teerã testou um míssil de médio alcance, que, segundo informou o canal Fox News, percorreu uma distância de 580 km.
Para Washington, o acontecimento recente é prova de que o Irã violou a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que proíbe o país de testar mísseis capazes de transportar ogivas nucleares, segundo o jornal ‘Vzgliad’.
Especialistas garante, entretanto, que a Rússia não deverá se unir aos esforços dos Estados Unidos para conter o Irã, apesar do avanço formal nas relações bilaterais.
Influência na Síria
É improvável que a Rússia apoie o duro posicionamento dos EUA e Israel em relação ao Irã, embora tenha aderido às sanções contra Teerã em 2010, escreveu o ‘Vzgliad’.
Embora os países caminhem para uma cooperação mais estreita em questões-chave da política mundial, as críticas de Trump sobre o acordo iraniano preocupam o Kremlin.
“As ações na Síria, onde Moscou coopera ativamente com Teerã, ainda não estão concluídas”, diz o analista político e especialista em Oriente Médio, Tofik Abbatov. Segundo ele, a Rússia não tem interesse em piorar as relações com um dos principais países no Oriente Médio e um dos mais influentes na resolução da crise síria.
Falsa esperança
O Irã nunca teve esperanças de melhoria nas relações com Washington, acredita Abbatov. “Logo após a conclusão do acordo nuclear com os americanos, houve a oportunidade de continuar a discutir os problemas regionais”, diz. Porém, “o Líder Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que não haverá mais acordos com os Estados Unidos e que o acordo nuclear é uma concessão máxima”, completa.
Além disso, segundo o observador, sentimentos anti-iranianos são prevalentes em todos os grupos dentro do sistema político norte-americano.
“A liderança política do Irã ficou muito perturbada pela infeliz experiência do [ex-ditador líbio Muammar Gaddafi] e, por isso, não pretende normalizar as relações com os EUA, e realmente não se preocupa com a reação da Rússia. O Irã está disposto e é capaz de agir sozinho, sem depender de ninguém”, afirma Abbatov.
Não houve, porém, nenhuma declaração de rescisão do acordo EUA-Irã por parte da administração Trump.
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