Moscou diz ter provas de que Kiev tentou sabotar a Crimeia

Lavrov descartou intenção de romper relações diplomáticas com a Ucrânia

Lavrov descartou intenção de romper relações diplomáticas com a Ucrânia

AP
Declaração foi feita por chanceler russo após encontro com homólogo alemão. Apesar de gravidade da situação, ambos ressaltaram importância de retomar diálogo.

“Temos provas irrefutáveis ​​de que foram atos de sabotagem, planejados há muito tempo pela direção-geral de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguêi Lavrov, após reunião bilateral com seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, em Iekaterinburgo.

Segundo Lavrov, o lado ucraniano teria preparado os atos de sabotagem para desestabilizar a situação na Crimeia.

“É claro que não se pode mostrar tudo na televisão, mas são provas irrefutáveis”, acrescentou Lavrov, referindo-se a declarações obtidas de sete detidos e dos depósitos de armas descobertos.

O ministro alemão, por sua vez, se recusou a comentar sobre o ocorrido, embora tenha demonstrado preocupação com o cenário. “As informações das partes russa e ucraniana são absolutamente contraditórias, e agora aguardamos outras informações. Mas o mais importante é superar essa situação”, disse Steinmeier à agência Efe.

Apesar da gravidade dos últimos acontecimentos, ambos os políticos concordaram com a necessidade de retomar o diálogo para assegurar o cumprimento dos acordos de Minsk que visam a estabelecer um processo de paz no leste da Ucrânia.

“Temos de nos concentrar para retornar à essência dos acordos de Minsk, tanto nos aspectos de segurança como os políticos”, disse Lavrov, acusando Kiev de tentar rever o regime estabelecido pelo Quarteto da Normandia (França, Alemanha, Ucrânia e Rússia) desde outubro passado.

O ministro russo descartou, porém, a intenção do Kremlin de romper relações diplomáticas com Kiev, pois “não seria do interesse de ninguém”.

Nos últimos dias 6 e 7 de agosto, um agente do Serviço Federal de Segurança (FSB, que substituiu a KGB) e um militar russo morreram ao impedir que dois grupos ucranianos se infiltrassem na Crimeia para atingir infraestruturas vitais da região. O ocorrido levou a um aumento da tensão tanto na península como no leste da Ucrânia.

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