Medida tomada por Pútin deve simplificar interação entre o governo da península e o federal
Mikhail Metzel/TASSA decisão do presidente da Rússia, Vladímir Pútin, de demitir diversas autoridades de alto escalão e reformular o governo da Crimeia, transformando-a em território do Distrito Federal do Sul, na última quinta-feira (28), gerou bastante especulação.
Segundo a ordem emitida por Pútin, os distritos federais da Crimeia (criado na primavera de 2014, após a reintegração da península à Rússia) e do Sul passam a compor uma única estrutura federal.
Perda de exclusividade
A junção dos distritos da Crimeia e do Sul visa a aumentar a eficácia da administração da península, declarou o porta-voz do presidente russo, Dmítri Peskov. Uma vez que ambas as regiões estariam enfrentando problemas semelhantes, acredita-se, segundo Peskov, que será mais fácil resolvê-los no âmbito de um governo único.
Analistas políticos russos alegam ainda que a criação de um distrito especial para a Crimeia foi uma medida temporária durante o período de integração da península.
“A península perdeu sua exclusividade e se tornará uma região normal russa”, explica o diretor da Agência de Comunicações Políticas e Econômicas, Dmítri Orlov, ao destacar o fim do processo de adaptação da Crimeia à jurisdição russa.
Os observadores destacam, porém, que a liquidação do Distrito da Crimeia não levará à redução de interesse pela península ou seu financiamento.
“O status da Crimeia e de Sevastopol não é reconhecido pelo Ocidente e pela Ucrânia. O governo precisa manter o grau de satisfação da população a um nível aceitável para excluir o desejo de voltar à Ucrânia”, sugere Pável Sviatenkov, pesquisador do Instituto da Estratégia Nacional.
Interação com Kremlin
Entre os políticos também consenso de que a união da Crimeia ao Distrito do Sul simplificará a interação entre o governo da península e o federal.
Prova disso, segundo o membro do Conselho da Associação de Analistas Políticos, Mikhail Mizúlin, seria o fato de o novo distrito ser comandado por Vladímir Ustinov, que mantém uma relação estreita com a alta cúpula do governo desde os anos 2000.
Ustinov, que assumiu a procuradoria-geral da Rússia entre 2000 e 2006, foi responsável por diversos casos de grande importância para o Kremlin, como o processo contra a petrolífera Yukos, a investigação do acidente com o submarino Kursk e diversas ações contra guerrilheiros tchetchenos.
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