Sávtchenko é recebida por cidadãos e jornalistas na saída de aeroporto em Kiev
ReutersA piloto militar ucraniana Nadejda Sávtchenko chegou a Kiev nesta quarta-feira (25), depois de passar quase dois anos em uma prisão russa, em um acordo de troca de prisioneiros no qual dois russos condenados em Kiev por combates no leste ucraniano, Evguêni Erofeev e Aleksander Aleksandrov, foram devolvidos a Moscou.
Na manhã desta quarta, um avião presidencial ucraniano pousou em Rostov-no-Don, a 1.100 km ao sul de Moscou, para buscar a piloto. “Um avião presidencial com a herói da Ucrânia Nadia Sávtchenko aterrissou”, escreveu o presidente ucraniano, Petrô Porochenko, em um post no Twitter, após a chegada em Kiev.
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmítri Peskov, informou que o presidente Vladímir Pútin havia concedido perdão a Sávtchenko, que enquanto estava na prisão russa foi eleita membro do Parlamento ucraniano, permitindo-lhe voltar para casa.
“Perdoa-se a condenada Nadejda Viktorovna Sávtchenko, nascida em 11 de maio de 1981, em Kiev, liberando-a de continuar cumprindo pena na prisão”, lê-se em um documento publicado no site do Kremlin.
Peskov disse ainda que os dois russos detidos na Ucrânia, Aleksandrov e Erofeev, já estavam de volta à Rússia, “após aterrissagem no aeroporto Vnúkovo, em Moscou, a bordo de um avião especial, que transporta oficiais do alto escalão da Rússia, incluindo altos funcionários do FSB [Serviço Federal de Segurança]”.
“Desde que Evguêni se ofereceu para ir ao Donbass, fiquei fora de mim de tanta ansiedade”, disse sua esposa, Iúlia Erofeeva. “Mantivemos os dedos cruzados por eles durante todo o tempo”, completou Ekaterina Aleksandrova, mulher de Aleksandr.
Segundo o acordo entre os dois países, os aviões que levavam os ex-prisioneiros partiram dos aeroportos ao mesmo tempo.
A devolução de Sávtchenko, cuja libertação havia sido exigida por líderes dos EUA e União Europeia, deve aliviar as tensões entre Moscou e o Ocidente poucas semanas antes de a UE decidir se prolongará as sanções contra a Rússia.
Troca marcada
Em março de 2016, a oficial ucraniana Nadejda Sávtchenko foi sentenciada a 22 anos de prisão pela morte de dois jornalistas russos, Ígor Korneliuk e Anton Volochin, na autoproclamada República Popular de Lugansk, no leste ucraniano, e pela transposição ilegal da fronteira russa. De acordo com a sentença, além da prisão, Sávtchenko deveria pagar uma multa no valor de 30 mil rublos (quase R$ 1.500).
Paralelamente, os cidadãos russos Evguêni Erofeev e Aleksandr Aleksandrov tiveram seus bens confiscados e receberam uma pena de 14 anos de prisão em Kiev, conforme o artigo sobre ‘terrorismo’. Kiev alegou que ambos eram militares russos, ainda que Moscou tenha ressaltado que eles não integravam mais as forças armadas do país.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, o major-general Ígor Konachenkov, afirmou que Aleksandrov e Erofeev, de fato, “serviram em um dos ramos militares e têm preparação militar”. No entanto, os dois já não faziam parte das forças russas no momento em que as operações de combate no sudeste da Ucrânia tiveram início.
Em uma entrevista ao jornal “Vesti”, o cientista político ucraniano Víktor Nebojenko declarou que a troca nesta quarta ajuda o governo a silenciar as críticas de opositores justamente na data que marca a segunda cerimônia de posse de Porochenko.
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