Kremlin declarou que não discutirá implantação de ogivas na Crimeia
Grigóri Sisoiev/TASSO Kremlin respondeu nesta quinta-feira (31) às acusações feitas pelo presidente norte-americano Barack Obama de que a Rússia estaria violando as obrigações dispostas no Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), em vigor desde 1988.
“A Rússia mantém suas obrigações em relação ao Tratado INF e confirmamos nosso compromisso, por princípio, com o tratado”, disse o porta-voz do presidente russo, Dmítri Peskov, antes de classificar as alegações norte-americanas como “infundadas”.
Paralelamente, “a Rússia também tem uma série de questões quanto à implementação do tratado pelos EUA”, acrescentou Peskov, sem especificar os pontos de conflito. “Este assunto é para especialistas.”
O jornal “The Washington Post” publicou nesta quarta-feira (30), na véspera da Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington, um artigo escrito por Obama no qual, entre outros tópicos, o líder norte-americano apela à Rússia para reduzir seu arsenal nuclear.
Sabe-se ainda que, durante a reunião internacional, o presidente ucraniano, Petrô Porochenko, tem a intenção de discutir os planos da Rússia de instalar armas nucleares na Crimeia, península reanexada ao país em 2014.
Porochenko aprovou recentemente um novo plano de segurança e defesa para o país.
Ainda segundo Peskov, o Kremlin não tem, porém, a intenção de debater a questão da implantação de ogivas nucleares na Crimeia.
“Uma vez que a Crimeia é uma região da Federação Russa, a Rússia, obviamente, não pretende discutir suas ações em seu próprio território, que são conduzidas em estrita conformidade com as normas e os princípios do direito internacional”, arrematou o porta-voz russo.
Embora a Rússia tenha optado por não participar da quarta e última Cúpula de Segurança Nuclear, que será realizada nesta quinta e sexta-feira (1º), o país havia garantido que a ausência não colocará em xeque o compromisso de implantar um regime de não proliferação nuclear.
A recusa russa em participar do evento se deve a determinadas iniciativas do grupo internacional que, segundo especialistas, são vistas por Moscou como uma tentativa de influenciar a agenda não apenas da AIEA, mas também da ONU, da Interpol e da Iniciativa Global de Combate ao Terrorismo Nucelar.
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