Chancelaria russa critica falta de “razões aparentes” em iniciativa da Otan
Russia Forum New YorkO plano dos Estados Unidos de quadruplicar recursos para a implantação de armas e veículos militares em países aliados da Otan na Europa em 2017 teria um “efeito desestabilizador caso fosse implementado”, disse, por e-email à Gazeta Russa, um representante da embaixada russa nos EUA.
Segundo uma reportagem do jornal “The New York Times” publicada na segunda-feira (1), a Casa Branca planeja aumentar a implantação de armas pesadas, veículos e outros equipamentos militares na Hungria, Romênia e países do Báltico.
O governo norte-americano estaria, portanto, planejando aumentar os atuais gastos com defesa de US$ 789 milhões para US$ 3,4 bilhões, afirmam fontes do jornal.
“É obviamente uma tentativa dos EUA de aumentar as tensões sem razões aparentes”, disse o representante da chancelaria russa.
Embora não se saiba se o Congresso norte-americano vai aprovar o plano de orçamento elaborado pelo governo, a chancelaria russa acredita que a proposta já seja um forte indício do compromisso da Casa Branca com a estrutura da Otan.
“A transferência [do aparato militar], se aprovado pelo Senado dos EUA, estaria em contradição com o Ato Fundador Otan-Rússia, de 1997”, afirma o diplomata russo.
De acordo com o documento, ambos os lados concordam em cooperar sobre questões relacionadas ao tamanho de forças convencionais posicionadas no território da Rússia e dos Estados-membros da Otan.
As relações entre as partes começaram a se deteriorar como resultado da crise na Ucrânia. A Aliança suspendeu a cooperação civil e militar com a Rússia no âmbito do Conselho Otan-Rússia em abril de 2014.
As autoridades russas têm repetidamente criticado a expansão da Otan no Leste Europeu. A nova Estratégia de Segurança Nacional, aprovada pelo presidente Vladímir Pútin em dezembro passado, lista o avanço da Aliança na direção das fronteiras russas como uma das maiores ameaças à segurança do país.
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