Khodorkóvski participou recentemente de videoconferência com jornalistas do movimento Rússia Aberta
AFP/East NewsO ex-presidente da petrolífera Yukos Mikhail Khodorkóvski foi condenado ‘in absentia’ e passa a ser procurado internacionalmente, disse o porta-voz do Comitê de Investigação da Rússia (SKR, na sigla russa), Vladímir Markin, a jornalistas nesta quarta-feira (23).
A acusação por suspeita de conspiração no assassinato de duas ou mais pessoas havia sido apresentada pelo órgão no início de dezembro. Entre as vítimas estariam Vladímir Petukhov, então prefeito da cidade de Nefteiugansk, em 1998, e seu assessor, Viatcheslav Kokôchkin.
Também suspeita-se do envolvimento de Khodorkóvski de outros dois atentados ao empresário Evguêni Ríbin, que resultou na morte de seu guarda-costas.
Segundo os investigadores, o ex-presidente da Yukos teria mandado matar Petukhov “devido às exigências legais do prefeito de Nefteiugansk [onde se encontra a principal unidade de produção da Yukos] para devolução de impostos sonegados pela petrolífera”.
No caso de Ríbin, o SKR acredita que os atentados teriam sido motivados por ações judiciais iniciadas contra a Yukos para reparação de danos causados por atividades ilegais da petrolífera.
O assessor de imprensa da presidência, Dmítri Peskov, confirmou que as acusações foram apresentadas após a investigação ter obtido novas informações sobre o caso.
Diversas pessoas foram condenadas por esses crimes, incluindo o ex-chefe de do departamento de segurança econômica interna da Yukos, Aleksêi Pitchúguin, que recebeu pena de prisão perpétua, e Leonid Nevzlin, antigo parceiro de negócios de Khodorkóvski, que foi julgado à revelia.
Exílio sem volta
Considerado duas vezes culpado por crimes econômicos, Khodorkóvski já havia sido condenado a 10 anos de prisão. Em 2013, porém, seguiu para Berlim após ser beneficiado por anistia assinada pelo presidente Vladímir Pútin. Atualmente passa a maior parte do tempo entre Londres e Suíça.
O empresário, que continua a ser um crítico mordaz da situação russa e do governo Pútin, nega as alega que as acusações têm motivações políticas.
“Essas acusações não são nenhuma reação a sua atividade política, uma vez que o oligarca, agora fora do país, não representa qualquer séria ameaça para o Kremlin”, afirma a cientista política e professora do Instituto de Ciências Sociais da RANHiGS (Academia Russa Presidencial da Economia Nacional e da Administração Pública), Ekaterina Chulman.
“Mas é claro que ele não vai ser enviado de volta à Rússia, pois o segundo caso da Yukos foi reconhecido pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos como tendo natureza política. Eles não vão entregá-lo nem a Interpol vai sequer procurá-lo”, arremata.
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