Risco de corrida armamentista no espaço cresce diante de evolução no setor
Flickr/Sweetie187Durante a sessão da 70ª Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (8), 129 nações votaram a favor da medida para coibir a implantação de armamento no espaço exterior. A iniciativa teve colaboração de 40 países, entre eles Brasil, China e Síria.
O objetivo é evitar uma nova corrida armamentista, e potencialmente devastadora, entre os países mais líderes em navegação espacial – Rússia, China e Estados Unidos –, que vêm trabalhando em armas espaciais.
“O único governo a contestar o mérito da nossa iniciativa é o dos Estados Unidos, que por muitos anos ficou em isolamento quase completo tentando bloquear os esforços sucessivos da comunidade internacional para prevenir uma corrida armamentista no espaço sideral”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em um comunicado.
Os Estados Unidos alegam que a resolução não traz uma definição adequada de armas espaciais e ignora uma classe de armamentos lançados da Terra, como mísseis antissatélite testados pela China.
A Europa, que tem um eficaz programa espacial multinacional, se absteve nas últimas ocasiões de qualquer posicionamento sobre a proposta russa.
“É lamentável que, pelo segundo ano consecutivo, eles [europeus] tenham sucumbido às pressões dos EUA para abster-se de votar a resolução sobre a prevenção de uma corrida bélica espacial, mostrando assim a sua indiferença à possibilidade de implantação de armas no espaço”, lê-se no comunicado do ministério.
“Isso é razão suficiente para colocar em dúvida a sua fiabilidade [da Europa] como parceira no diálogo sobre a prevenção do uso da força no espaço”, continua o órgão.
Um dos elementos-chave da resolução é a proposta de iniciar as negociações da Conferência de Desarmamento em Genebra elaborando uma proibição internacional, com vínculo jurídico, relativa à implantação de armas no espaço.
A resolução também pede a todos os Estados-membros que assumam o compromisso nacional de não dar largada à militarização do espaço. Esse compromisso já foi assumido por 11 países, incluindo Argentina, Brasil, Cuba e Venezuela, entre outros.
“A globalização da nossa iniciativa serviria como uma garantia política de que armas jamais serão posicionadas no espaço exterior, e como uma medida para construção de confiança e promoção da transparência na atividade espacial internacional”, conclui o ministério russo.
Com material da agência Tass e do The Moscow Times
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