Piloto resgatado conversa com jornalistas ao chegar a base aérea russa na Síria.
Dmítri Vinogradov/Ria NôvostiEm entrevista a jornalistas após o resgate, o piloto Konstantin Murákhtin declarou que os aviões turcos abriram fogo sem aviso e disse querer continuar missão na Síria. O outro piloto, o comandante Oleg Pechkov, foi morto por grupos armados após se ejetar do caça Su-24 abatido.
“Quero retornar ao serviço mais cedo possível. Vou pedir para ser deixado na mesma base aérea; tenho que devolver o favor pelo comandante”, declarou Murákhtin ao canal Rossiya 1.
Ao contrário do anunciado por fontes militares da Turquia, o copiloto garantiu que não foi enviado qualquer sinal sobre a suposta violação do espaço aéreo turco.
“Não houve contato. Você tem que entender a diferença de velocidade entre um caça Su-24 e o lutador F-16 [turco]. Se quisessem, eles poderiam ter alertado tomando o percurso paralelo ao nosso”, disse. “O míssil atingiu a cauda de repente. Não pudemos detectá-lo visualmente e não tivemos tempo de nos esquivar.”
Após a queda do avião, Murákhtin escapou dos grupos armados na floresta mudando constantemente de lugar e por meio de técnicas de camuflagem.
Na quarta-feira (25), o presidente russo Vladímir Pútin concedeu a Ordem do Mérito ao piloto sobrevivente. Pechkov recebeu a medalha póstuma de Herói da Rússia, assim como Aleksandr Pozinitch, que foi morto durante a operação de resgate no ataque ao helicóptero russo Mi-8.
Vigilância constante
Para o analista militar Vladislav Churiguin, que participou de diversos conflitos armados, a Força Aérea turca tentava interceptar e destruir aviões russos havia vários dias.
“Os turcos levantavam os caças quando os aviões russos se aproximavam das áreas de combate. De quatro a seis F-16 turcos voavam perto da fronteira com a Síria. O comando turco justifica essas manobras explicando a necessidade de acompanhamento dos aviões estrangeiros”, diz.
“Os turcos lançaram o míssil quando estavam sobre a fronteira entre a Turquia e a Síria, e, depois, os F-16 turcos entraram no espaço aéreo sírio”, acrescenta Churiguin.
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