Permanência de Pútin é apoiada por 75% dos russos, contra 53% em 2013
APO presidente russo Vladímir Pútin anunciou, em entrevista ao canal norte-americano CBS, as condições necessárias para a sua candidatura às eleições presidenciais de 2018. Segundo ele, “tudo dependerá da situação do país e do mundo, e do meu próprio estado de espírito”.
“É claro que existem regras definidas pela Constituição, e elas não serão infringidas por mim”, disse Pútin, referindo-se ao artigo que autoriza a mesma pessoa a se manter no cargo por apenas dois mandatos consecutivos.
Na sequência, o presidente voltou a dar uma resposta ambígua sobre seus planos futuros. “Mas não tenho certeza se devo usar plenamente esses direitos constitucionais [de seguir para um segundo mandato em 2018]”, acrescentou.
Durante uma coletiva de imprensa em dezembro de 2014, Pútin já havia dito aos jornalistas presentes que a sua candidatura dependeria dos resultados gerais do país.
Jogo de apostas
Entre os observadores russos há um consenso de que são grandes as chances de o presidente decidir se candidatar a mais seis anos e, assim, permanecer no poder até 2024.
“Tendo em conta a confiança e alta consolidação da sociedade em torno da sua figura, que provavelmente permanecerá elevada em 2018, as chances de Pútin são altas”, aponta o analista político e diretor-geral da Agência de Comunicações Políticas e Econômicas, Dmítri Orlov.
O estado lastimável da economia será um “motivo improvável” para entregar o cargo, sugere também o presidente do Instituto de Estratégia Nacional, Mikhail Remizov. “Não se troca de cavalos no meio do caminho”, afirma.
Para Remizov, entretanto, a saúde do presidente e a dinâmica social são fatores que impedem previsões realistas sobre as tendências futuras. “A situação é complexa em muitos aspectos.”
Falta de opção?
De acordo com dados divulgados pelo Centro Levada em fevereiro passado, o número de russos que deseja a permanência de Pútin depois de 2018 aumentou em duas vezes e meia desde dezembro de 2013.
“Se em 2013, 47% dos russos queriam outro líder, em fevereiro de 2015 só 25% compartilhavam dessa vontade”, diz Aleksandr Pojalov, diretor de pesquisa da Fundação Isepi (Instituto de Estudos Socioeconômicos e Políticos).
O especialista aponta ainda para o fato de que várias forças políticas pedem uma nova reeleição de Pútin. “Verificamos que, hoje, até a oposição parlamentar separa as políticas de Pútin nas arenas nacional e internacional. Os próprios comunistas, tradicionais críticos dos métodos do governo, são, em geral, a favor das metas estabelecidas por Pútin.”
Além do atual cenário, os analistas afirmam também que não ainda há propostas de quem poderia substituí-lo. “Há certas expectativas em relação ao [primeiro-ministro] Dmítri Medvedev e ao [chefe da administração do Kremlin] Serguêi Ivanov, mas trata-se mais de uma expectativa das elites”, diz Remizov.
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