Local residents carry Ukrainian and Crimean Tatars flags in the village of Chongar, Ukraine, on Sunday, Sept. 20, 2015. The radical Right Sector group and Pro-Kiev Crimean tartars leadership organized improvised checkpoints on all three roads connecting the Ukrainian mainland and Russian-annexed Crimean peninsula, aiming to prevent trucks carrying goods to cross Russia-Ukraine border.
APOs tártaros crimeanos vêm bloqueando caminhões com mercadorias nos postos de controle fronteiriço entre a Crimeia e a Ucrânia em troca de exigências políticas. Como consequência do bloqueio, que teve início em 20 de setembro, há escassez de produtos na península.
Nos postos, a fila de caminhões com mercadorias aumenta a cada dia. Enquanto alguns motoristas optam por voltar à Ucrânia e salvar alimentos com curto prazo de validade, outros improvisam um acampamento no próprio local.
Proibido na imprensa
Em nota oficial, a procuradora-geral da Crimeia, Natália Poklónskaia, recomendou que a mídia crimeana evite o termo Mejlis por “não constar nos registros oficiais da península.
Liderado por Mustafá Djemilev, ex-presidente do Mejlis (órgão executivo do Congresso Nacional dos Tártaros da Crimeia), e pelo atual presidente do organismo, Refat Tchubarov, ambos proibidos de entrar na Rússia, o movimento conta ainda com o apoio de deputados do Parlamento ucraniano e representantes do Setor Direito, organização nacionalista ucraniana.
“Queremos fazer negócios de modo diferente: hoje, na maioria dos casos, as mercadorias entram como contrabando e quem está lucrando são funcionários públicos e homens de negócios, tanto na Ucrânia, como na Rússia”, disse à Gazeta Russa o primeiro vice-presidente do Mejlis, Nariman Djeliálov. Segundo ele, não há prazo para fim do bloqueio.
As exigências feitas a Moscou se baseiam em cinco pontos: libertação de presos políticos ucranianos na Rússia, eliminação de entraves para o trabalho da mídia tártara na Crimeia, fim da perseguição aos tártaros crimeanos, alteração da lei sobre a livre zona econômica da Crimeia, que simplificou o comércio com a península, e transparência nos esquemas comerciais.
A iniciativa foi recentemente elogiada pelo presidente ucraniano Petrô Porochenko, já que isso “contribuiria para a recuperação da soberania da Ucrânia sobre a península”. Guardas fronteiriços e forças do Ministério dos Assuntos Internos ucraniano receberam ordens de manter a tranquilidade pública em conformidade com as leis locais.
Política vs Economia
Apesar dos problemas gerados pelo bloqueio, não há intenção de reagir aos manifestantes, garante o vice-presidente do Conselho de Ministros da Crimeia, Ruslan Balbek. Segundo ele, a expectativa é que, em breve, as mercadorias ucranianas sejam totalmente substituídas por russas.
“A Crimeia não depende da produção ucraniana, o respectivo consumo constituía cerca de 5% a 6% dos produtos alimentares. Ao nosso ver, a ação tem caráter meramente político, a economia da região não sofrerá prejuízo algum”, disse Balbek à Gazeta Russa.
No entanto, o diretor do Instituto da Economia da Academia das Ciências da Rússia, Ruslan Grinberg, não demonstra o mesmo otimismo. “A substituição de mercadorias já decorre com eficácia, embora o bloqueio intensifique a inflação. Os preços vão aumentar”, afirma.
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