O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) se tornou fonte de ameaça não só para o Oriente Médio, mas para todos os países da OTSC, declarou o presidente russo Vladímir Pútin, em discurso na recente cúpula do grupo, realizada nos dias 14 e 15 de setembro.
“O alcance das atividades desse grupo passou para muito além das fronteiras do Iraque e da Síria”, disse Pútin, citado pela agência de notícias RIA Nôvosti. “O plano deles é estender suas atividades a Europa, Rússia, Ásia Central e Sudeste Asiático, e isso nos preocupa.”
Há receio de que, após a retirada da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão, grupos extremistas comecem a penetrar na Ásia Central a partir desse território.
Além disso, o líder russo criticou a política das potências ocidentais na Síria, exortando-as “a abandonar duplos padrões, a política de uso direto ou indireto de certos grupos terroristas para atingir seus objetivos táticos”.
Segundo o líder russo, sem a cooperação das autoridades sírias não será possível expulsar os terroristas do EI do território tomado no país árabe.
A Organização do Tratado de Segurança Coletiva foi criada em 1992 e atualmente reúne seis países: Rússia, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão. A aliança político-militar possui forças armadas próprias, com base nos exércitos dos Estados-membros.
De dentro para fora
Os demais participantes da cúpula também demonstraram preocupação com a crescente atividade do EI e sugeriram mecanismos de interação da OTSC para lidar com os terroristas.
O presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukachenko, por exemplo, avançou com a ideia de definir um sistema regional de Defesa Antiaérea e fortalecer o poder militar da organização.
O homólogo armênio, Serj Sargsian, também falou sobre a necessidade de adotar, em 2016, uma estratégia de defesa no âmbito da organização.
“No momento, a OTSC surge como uma organização eficaz: graças à ação conjunta dos serviços secretos dos seus Estados-membros, tem sido possível bloquear, e sem o uso de tropas, as tentativas de penetração na região por parte dos extremistas islâmicos”, disse à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto dos Países da CEI, Vladímir Jarikhin.
Já Aleksêi Malachenko, do Centro Carnegie de Moscou, acredita que a ameaça do EI na Ásia Central seja exagerada. “Foram feitas declarações de planos de expansão, mas até agora não passaram disso. Existe o perigo da penetração do EI na região, mas a mídia exagera”, diz.
“Grande parte do sucesso ou fracasso dos grupos terroristas na Ásia Central depende da eficácia dos regimes locais em resolver os problemas sociais existentes, além de combater a corrupção e a pobreza”, alerta Malachenko.
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