Vladímir Pútin e embaixador da Rússia na China Andrêi Denissov
APO presidente da Rússia, Vladímir Pútin, viajou para Pequim nesta quarta-feira (2) para assistir à Parada da Vitória, evento realizado a cada dia 3 de setembro para celebrar o fim da Segunda Guerra Mundial. Pútin foi acompanhado em sua viagem à China pelo chefe da administração do Kremlin, Serguêi Ivanov, pelo primeiro vice-premiê, Ígor Chuvalov, pelos vice-premiês Olga Golodets e Dmítri Rogozin, e pelos ministros da Defesa, dos Negócios Estrangeiros, dos Transportes e da Energia da Rússia.
"Estão sendo preparados cerca de 30 documentos conjuntos para serem assinados na presença de Pútin e (do presidente chinês) Xi Jinping", disse o assessor do presidente russo, Iúri Uchakov, que também faz parte da delegação.
"Em Pequim com certeza irão apreciar o fato de Vladímir Pútin ir pessoalmente para o desfile e render homenagem à história chinesa, já que será o único líder de um aliado da China na Segunda Guerra Mundial a participar do evento", disse Serguêi Truch, pesquisador do Instituto de Estudos dos EUA e Canadá da Academia de Ciências Russa.
Política do silêncio mútuo
Rússia e China têm muitas opiniões semelhantes na esfera política e colaboram em questões ligadas à segurança internacional, à não-proliferação de armas de destruição em massa e à estabilidade no Oriente Médio. Por outro lado, "os países, ao que parece, chegaram a um acordo silencioso de não levantar questões desconfortáveis para nenhuma das partes”, explica Mikhail Mamonov, especialista em estudos chineses e membro da agência de análise Política Externa.
“A China mantém uma neutralidade amigável sobre a questão da Crimeia e nós não nos pronunciamos sobre as disputas territoriais dos mares da China Meridional e da China Oriental. Ambas as partes procuram evitar a questão das contradições na Ásia Central", disse Mamonov à Gazeta Russa.
Apesar de evitar confrontos, a China tem se mostrado receosa com os estreitos laços entre a Rússia e alguns países do Leste Asiático que mantêm relações tensas com Pequim (como é o caso, por exemplo, do Vietnã), bem como com a atual política de normalização das relações russo-japonesas. No entanto, para Mamonov, Pequim entende que, no plano econômico e do ponto de vista de atração de investimentos, "o Japão não é atualmente concorrente da China", por isso o governo chinês não irá exercer pressão sobre Moscou para que reconsidere as suas relações com Tóquio.
Relações econômicas
Em termos econômicos, as relações entre China e Rússia não são tão simples. "Do lado russo, a maior preocupação é a construção de boas relações na esfera econômica. O projeto da Rota da Seda e o conceito russo de integração eurasiática têm vários pontos de contato entre os dois países, mas existe um potencial para conflito. Recentemente foi adotado um documento sobre a necessidade de combinar esses programas e muito do relacionamento entre Moscou e Pequim irá depender do quanto ele for realizável", disse Serguêi Truch.
“Além disso, a estrutura do comércio e de investimentos da China na Rússia não é muito favorável para nós, que estamos nos esforçando para modernizar e diversificar a economia. Nós continuamos, em muitos aspectos, sendo um mero fornecedor de matérias-primas e recursos. As empresas chinesas ainda não se empenharam para começar a produzir na Rússia”, completou Mamonov.
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