Discurso de Kerry veio na esteira das declarações feitas por Pútin Foto: Reuters
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, expressou nessa terça-feira (16) preocupação com a informação de que este ano Moscou irá incorporar mais de 40 mísseis intercontinentais ao seu arsenal nuclear, em resposta aos planos norte-americanos de implantar armamento pesado no Leste Europeu.
“É claro que me importo”, disse Kerry, em uma aparição surpresa na coletiva de imprensa diária do porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby.
“Temos um acordo [referindo-se ao tratado de redução de armas nucleares Start]. Estamos tentando nos mover na direção oposta [à Rússia]”, disse Kerry, direto de sua casa em Boston. O secretário de Estado dos EUA saiu recentemente de uma operação, após quebrar o fêmur em um acidente de bicicleta na Suíça.
O depoimento de Kerry veio na esteira das declarações feitas pelo presidente russo Vladímir Pútin sobre a intenção da Rússia de acrescentar “mais de 40 novos mísseis intercontinentais de última geração, capazes de superar qualquer sistema de defesa antimísseis”.
Ainda nessa terça-feira, Pútin participou de uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente finlandês Sauli Niinistö, com quem manteve conversações na residência presidencial nos arredores de Moscou. “Seremos forçados a apontar nossas forças armadas (...) a esses territórios de onde vem a ameaça”, disse Pútin aos jornalistas presentes.
O presidente russo reiterou que o país estava especialmente preocupado com o projeto da Otan para construir um sistema de defesa antimísseis na Europa. “É a Otan que está se movendo em direção a nossa fronteira e não estamos indo a lugar algum”, disse Pútin, acrescentando que, para garantir sua segurança, a Finlândia deveria permanecer neutra.
Kiev em pauta
Questionado sobre a crise na Ucrânia, Pútin afirmou que a Rússia tem a intenção de reaver os US$ 3 bilhões emprestados a Kiev como resgaste econômico ainda na época do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovitch.
“Temos o direito de exigir o reembolso antecipado desses fundos, mas não o fizemos devido à difícil situação da economia ucraniana”, declarou o presidente russo.
Segundo Pútin, a paz na Ucrânia depende fundamentalmente do respeito ao acordo de paz assinado em Minsk, qualificado por ele como “justo e equilibrado”.
Com material das agências de notícias e do jornal The Moscow Times
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: