Iniciativa do Kremlin tem sido vista como resposta às sanções impostas pela UE em 2014 Foto: Reuters
Depois do escândalo envolvendo o deputado alemão e chefe do grupo parlamentar alemão-Ucrânia Karl-Georg Wellmann, que teve entrada negada na Rússia, o governo de Moscou disponibilizou à UE uma ‘lista negra’ de políticos do bloco europeu que não têm permissão para entrar no país.
A relação apresentada pela Rússia “não se baseia no direito internacional” e “não é transparente”, alegou premiê holandês Mark Rutte, ao confirmar o recebimento da lista. O departamento de política externa da UE se referiu à iniciativa como uma “medida arbitrária”, enquanto o governo inglês declarou que “não existe nenhuma justificativa para a lista”.
Em resposta ao Ocidente, o chanceler russo Serguêi Lavrov qualificou as acusações como “absurdas e ridículas”. “Entraram para a ‘lista negra’ aqueles que mais ativamente apoiaram o golpe que fez com que os russos na Ucrânia passassem a ser vítimas de assédio e discriminação, rebateu o ministro russo.
A lista entregue na quinta-feira passada (28) tem sido vista como uma resposta às sanções impostas contra cidadãos russos no ano passado por parte da União Europeia. Entre os 89 nomes listados também estão o ex-vice-premiê britânico Nick Clegg, o ex-premiê da Bélgica Guy Verhofstadt e o líder dos socialistas franceses Bruno Le Roux.
Cabe lembrar que representantes de países europeus como Chipre, Hungria, Áustria e Grécia, conhecidos pela atitude mais moderada em relação à política russa, foram deixados de fora da relação. “Isso pode ser visto como um sinal para os países com os quais a Rússia mantém boas relações”, diz Andrêi Kortunov, diretor do Conselho Russo para Assuntos Internacionais.
Resposta simétrica
De acordo com o vice-decano da Faculdade de Economia e Política Internacional da Escola Superior de Economia, Andrêi Suzdaltsev, os países ocidentais ficaram indignados com o fato de a Rússia ter respondido às sanções impostas contra ela. “A resposta simétrica da Rússia não está de todo sendo aceita”, disse o especialista à Gazeta Russa.
“A Europa e os Estados Unidos não concordam em entrar em diálogo de igual para igual com a Rússia. Eles não apenas não estão prontos ou não querem, mas, especificamente, não concordam. Eles acreditam que com Moscou só se pode falar a língua dos ultimatos, dos escândalos e exigências”, acrescentou Suzdaltsev.
Kortunov, do Conselho para Assuntos Internacionais, defende que o uso de listas negras na política levanta uma série de questões – sobre procedimentos, critérios e condições –, mas “culpar a Rússia agora seria um pouco hipócrita, porque a iniciativa não partiu de Moscou. Muitas das críticas feitas por europeus poderiam ser dirigidas a eles mesmos”.
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