Foto: Oléssia Kurpiáieva/RG
Os Estados Unidos estão realmente pressionando a Europa acerca da crise ucraniana?
A pressão dos Estados Unidos é, sem dúvidas, forte. Porém, acho que a União Europeia entende que a situação mais se parece com um beco sem saída. O importante é que temos os acordos de Minsk e podemos apresentá-los a todos que nos obrigam a tomar uma ou outra decisão.
Pelas informações que chegam do Donbass, Kiev estaria violando os acordos de Minsk. Porém, a Rússia considera o presidente ucraniano Petrô Porochenko como um dos negociadores mais convenientes...
Ele é o presidente da Ucrânia. É necessário apoiá-lo.
Mas às vezes parece que Porochenko balança entre a Europa e os EUA...
Até certo ponto, sim. Ele tem que seguir essa política para não perder o apoio dos Estados Unidos. No entanto, quando Porochenko conversa com o presidente russo Vladímir Pútin ou durante as negociações na Normandia, ele tenta ser pragmático e mostra boa vontade para resolver os problemas.
Em sua opinião, qual é o futuro das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk?
Em primeiro lugar, declaramos que essas repúblicas continuam sendo parte da Ucrânia. Há pouco tempo, essas repúblicas apresentaram um projeto de Constituição, o que corresponde aos acordos de Minsk. Isto é, as repúblicas continuarão integrando a Ucrânia, e o país realizará uma reforma constitucional.
Em recente coletiva de imprensa em Sôtchi, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, sequer mencionou a situação da Crimeia. Isso significa que os norte-americanos aceitaram a reanexação da península?
Ele não mencionou a Crimeia nem na coletiva de imprensa, nem durante as reuniões com Pútin e nem comigo. Tirem suas próprias conclusões.
Muitos também estão preocupados com as flutuações dos preços do petróleo. O senhor acredita que a queda dos preços de petróleo é resultado de uma conspiração entre os EUA e a Arábia Saudita?
Não, há muitos fatores que para a queda dos preços. Não acho que os EUA investiram bilhões de dólares no desenvolvimento da produção de gás de xisto apenas para prejudicar a economia russa. Após a queda dos preços do petróleo, a produção de gás de xisto deixou de ser rentável. Seria estranho supor que as autoridades dos EUA forcem as empresas norte-americanas a ter prejuízo.
Além disso, a Arábia Saudita não quer reduzir a produção e as exportação do petróleo para não perder o lugar no mercado que pode ser ocupado por outros países.
Publicado originalmente pela Rossiyskaya Gazeta
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