Kerry afirmou que cumprimento de acordos de Minsk é essencial para retirada de sanções contra a Rússia. Foto: Aleksêi Nikolski/Ria Nóvosti
O presidente russo Vladímir Pútin e o ministro dos Negócios Exteriores Serguêi Lavrov receberam na terça-feira (12) o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em Sôtchi, no sul do país. Entre os temas tratados nos encontros estiveram a crise ucraniana, o Irã e a Síria, mas também as sanções impostas à Rússia por Estados Unidos e União Europeia.
"A temática das sanções foi tocada. Ela não foi levantada pela parte russa. E esse tema ainda não é questão da nossa agenda", anunciou o porta-voz do presidente russo, Dmítri Peskov.
Nesta quarta-feira (13), durante cúpula entre o chefe da chancelaria russo e os países-membros da Otan, Kerry afirmou que os países da aliança prefeririam não impor as sanções, mas "eles precisam mantê-las para prover a paz no leste da Ucrânia, a qual tanto almejam todas as partes".
Em coletiva conjunta à imprensa com Lavrov, Kerry disse que a principal condição para a retirada das sanções é o cumprimento dos acordos de Minsk.
"A Rússia e os separatistas precisam observar os acordos de Minsk", disse o secretário de Estado. "Chegou o momento que pode ajudar a alcançarmos uma resolução do conflito."
Em seu Twitter, o secretário de Estado norte-americano afirmou ter tido "discussões francas" com Pútin e Lavrov. "É importante manter canais de comunicação entre os EUA e a Rússia abertos quando nos referimos a problemas globais prementes", ressaltou ainda na rede social.
O encontro entre Kerry e Pútin durou mais de quatro horas e foi o primeiro contato direto do presidente russo com um representante dos EUA após a piora das relações entre os países devido à crise ucraniana.
Kerry chegou à residência presidencial após quase quatro horas de conversações com ministro dos Negócios Exteriores russo, Serguêi Lavrov.
Perguntado sobre como decorreram as negociações com o par americano, Lavrov respondeu: "Incríveis".
Restabelecendo contato
Para o chefe do Comitê para Assuntos Internacionais da Duma de Estado (câmara dos deputados na Rússia), Aleksêi Puchkov, o envio do secretário se deu porque a administração do presidente Barack Obama se deu conta de que perdeu todos os contatos com a Rússia, e que isso não corresponde nem às tarefas nem aos interesses dos EUA.
"Acho que a visita de Kerry foi feita nem tanto para assinalar uma mudança de posição dos Estados Unidos, quanto para tentar, em parte, restabelecer o diálogo praticamente interrompido", disse o parlamentar.
Puchkov disse ainda que o fato de Kerry não tocar no tema da Crimeia significa apenas que a península não está na agenda do dia.
"Não acho que os Estados Unidos tenham revisto sua posição sobre a Crimeia. Suponho apenas que eles estejam cientes de que a Crimeia é parte da Federação da Rússia e que tentar exercer pressão sobre a Rússia acerca dessa questão é totalmente infrutífero. Mas isso não significa que eles tenham desistido de seu ponto de vista, e também não significa que estejam prontos a analisar a possibilidade de retirar as sanções que estão relacionadas à história com a Crimeia", disse.
Com material do portal Lenta.Ru, da agência Tass e da Ria Nôvosti
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