Foto: Kommersant
O subcomitê do Conselho da Federação (Senado russo) para cooperação com os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deverá realizar na segunda-feira (27) seu primeiro encontro com embaixadores do grupo.
Durante a reunião, planeja-se discutir questões de cooperação no âmbito do formato parlamentar, assim como a futura cúpula do grupo, que ocorrerá em 8 de junho em Moscou.
O encontro acontece na véspera de uma consulta dos países-membros, a maioria dos quais confirmou ter desejo de trabalhar no formato parlamentar, segundo o chefe do subcomitê russo, Andrêi Klimov, disse ao jornal Izvêstia.
"Esse encontro significativo com os embaixadores do Brics será o primeiro evento no âmbito dos trabalhos de nosso subcomitê. Ele ocorrerá um mês antes do esperado encontro dos representantes de governo dos parlamentos do Brics", disse Klimov.
Segundo ele, entre os temas discutidos está o fórum parlamentar do Brics, que, por enquanto, ainda se encontra no estágio de negociação e confirmação.
"Eles estão interessados em saber que questões poderão ser colocadas pelos parlamentares russos. Descobriremos como eles veem a agenda, porque cada país tem sua ideia de como desenvolver o formato parlamentar. Além disso, podem surgir dúvidas relacionadas a outros eventos de nossa presidência no Brics", disse o senador.
Klimov relembrou que o parlamento russo já ratificou uma série de documentos relacionados ao banco de desenvolvimento do Brics e que, em um futuro próximo, ratificará o acordo sobre um conjunto de reservas cambiais do grupo, cujo volume geral é de 100 bilhões de dólares - sendo desses US$ 41 bilhões da China, US$ 5 bilhões da África do Sul, e US$ 18 bilhões a soma de Brasil, Índia e Rússia.
"O mecanismo parlamentar poderá injetar no Brics um elemento novo muito importante, que é justamente a cooperação entre os órgãos legislativos. Hoje os Brics não têm isso", disse o sub-representante russo do Brics, Vadim Lukov.
Segundo ele, até o momento o Brics consistiu de cooperações apenas entre os órgão executivos do poder e círculos empresariais.
"A cooperação dos parlamentos poderia se tornar um combustível muito importante e poderoso dos Brics", disse Lukov.
O vice-presidente do comitê de negócios internacionais da Duma de Estado (câmara dos deputados na Rússia), Leonid Kalachnikov, acredita que o mecanismo parlamentar do Brics poderá discutir os mais amplos temas legislativos.
"Se existem grupos econômicos,
como, por exemplo, a União Europeia ou a Comunidade dos Estados Independentes,
então na esteira desses se criam mecanismos legislativos. Não só porque seja
moda, mas para que os parlamentos dos países possam, incialmente, se consultar,
e depois auxiliar uns os outros na atividade legislativa. Depois, eles podem se
transformar em grupos legislativos completos, no âmbitos dos quais se aprovam
leis e talvez até sincronizá-las. Mas, claro, o Brics ainda está longe disso", diz Kalachnikov.
Versão reduzida de material publicado originalmente pelo jornal Izvêstia.
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