Medvedev (à esq.) e Pútin tiveram um aumento de 265% em abril do ano passado Foto: AP
De acordo com os dados do departamento fiscal da Rússia, o presidente russo Vladímir Pútin declarou 7,6 milhões de rublos (US$ 150.000) em 2014, contra 3,6 milhões no ano anterior. O primeiro-ministro Dmítri Medvedev declarou uma renda um pouco maior: 8 milhões de rublos no ano passado, contra 4,2 milhões em 2013.
Em 2014, após a publicação de sua declaração de renda, Pútin assinou um decreto dando a si mesmo e ao primeiro-ministro um aumento de 265%. No mês passado, porém, o presidente reduziu seus salários, bem como os de outros altos funcionários do governo, em 10% em resposta à crise econômica.
O porta-voz do presidente Dmítri Peskov, cuja renda declarada no ano passado foi de 1,5 milhões de rublos maior que a do presidente, disse a jornalistas nesta quarta-feira (15) que a receita de Pútin pode ser diretamente atribuída ao aumento de salário, “porque ele[Pútin] não tem outra fonte de renda”.
As declarações de renda também incluem os dados de cônjuges das autoridades. A mulher com a maior renda foi Natália Prikhodko, que é casada com o vice-primeiro-ministro Serguêi Prikhodko. Ela ganhou 119 milhões de rublos, quase 10 vezes mais do que o marido.
Dúvida de bilhões
Pela legislação russa, as autoridades do país estão proibidas de conduzir e realizar qualquer atividade empresarial. Mas alguns críticos de Pútin alegam que o presidente possui bilhões de dólares em riqueza oculta.
Em fevereiro passado, Bill Browder, crítico feroz cujo fundo de investimento Hermitage Capital Management já foi o maior investidor estrangeiro na Rússia, disse ao canal CNN que Pútin seria um dos homens mais ricos do mundo, com cerca de US$ 200 bilhões escondidos em ações, fundos multimercado e contas bancárias na Suíça.
Após 10 anos de trabalho na Rússia, Browder foi declarado ‘uma ameaça à segurança nacional’ em 2006 e teve sua entrada no país negada.
A revista “Forbes” nunca colocou Pútin em sua lista anual de bilionários, porque foi incapaz de confirmar tais alegações, de acordo com um comunicado publicado na revista “Newsweek” na sequência do comentário de Browder.
Publicado originalmente pelo The Moscow Times
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