Prisão é considerada "punição exemplar" por analistas políticos. Foto: Reuters
O governador da unidade federativa russa de Sacalina, Aleksandr Khorochávin, e três cúmplices foram presos na última terça-feira (3) na capital sob suspeita de receber grandes quantias em propinas.
A investigação acredita que Khorochávin tenha recebido 5,6 milhões de dólares para fechar um contrato de construção de uma central termoelétrica local.
Khorochávin é o segundo governador preso em atuação no posto desde 2006. Segundo analistas políticos, o Kremlin emitiu sinais a Khorochávin diversas vezes sobre o perigo que corria, mas o governador não fez menção de mudar.
"É uma mostra exemplar da luta contra os corruptos. Na Rússia, é de praxe fazer advertências ruidosas para a coisa não virar costume entre os outros e eles se portarem de maneira mais discreta e leal", diz o cientista político Rostislav Turóvski.
O analista, entretanto, afirma não esperar uma grande campanha de caça a corruptos.
Punição exemplar
Os órgãos de aplicação da lei realizaram buscas no prédio do governo de Sacalina e enviaram Aleksandr Khorochávin escoltado a Moscou.
Em seu apartamento, casa de campo e residência na capital foram encontradas grandes somas de dinheiro, assim como bens de luxo.
O governador já tinha recebido sinais de que sua situação estava se tornando insustentável.
Pouco antes da prisão, a organização política governamental "Frente Russa do Povo" (FRP) criticou os altos gastos de Khorochávin em uma reforma na Casa do Governo, avaliados em 13,75 milhões de dólares, e na melhoria de sua imagem, no valor de 11,3 milhões de dólares.
Em 2013, com a advertência pública da FRP a Khorochávin, o próprio presidente aconselhou o governador a investir mais em construir escolas que em marketing pessoal.
"Os sinais emitidos pela FRP com certeza vieram da administração do presidente", diz o diretor do Centro de Informações Políticas, Aleksêi Múkhin.
Mas, segundo Múkhin, não se considerava que o governador corresse perigo, já que outras regiões vivem situação análoga.
Também existe a hipótese de que desentendimentos políticos e financeiros tenham dado origem ao caso.
A região concentra as maiores áreas de gás e petróleo do país, e seu orçamento recebe rendimentos da produção petrolífera, razão pela qual sua situação financeira é superior a outras.
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