Lavrov pediu que Kerry use sua influência sobre Kiev para alcançar a realização completa, por parte da Ucrânia, da trégua acordada Foto: AP
O ministro dos Negócios Exteriores russo, Serguêi Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, estiveram em Genebra na última segunda-feira (2) para discutir o cessar-fogo no leste ucraniano, acordado em Minsk em fevereiro.
Lavrov pediu que Kerry use sua influência sobre Kiev para alcançar a realização completa, por parte da Ucrânia, da trégua acordada e da retirada de armamentos pesados da área de combate.
Além disso, o Ministério dos Negócios Exteriores russos divulgou que o chefe da pasta relembrou seu homólogo norte-americano "sobre a obrigação de Kiev de realizar uma reforma constitucional e de conceder a Donbass seu status especial".
Kerry disse ter esperanças de que uma realização satisfatória da trégua estaria em curso em "algumas horas". Apesar disso, ele ameaçou a Rússia com novas sanções econômicas. O secretário de Estado americano informou que Moscou enfrentará "futuras consequências" se as condições do cessar-fogo não forem cumpridas.
Especialistas consideram que a ameaça já se trata de uma tradição norte-americana. "Nos EUA existe a ideia de que não se pode deixar de pressionar a Rússia, ou Moscou não usará sua influência sobre os separatistas para cumprir os acordos de Minsk", disse à Gazeta Russa o chefe do Centro de Segurança Internacional do Instituto de Economia Mundial, Aleksêi Arbatov.
Apesar de o cessar-fogo estar no centro das atenções, em dois encontros distintos, os chefes de chancelaria da Rússia e dos EUA discutiram ainda a situação na Síria, a luta contra extremistas do Estado Islâmico e o programa nuclear iraniano.
Além das negociações com Kerry
Em Genebra, Lavrov ainda participou de conferência sobre desarmamento e sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Questionado por jornalistas, ele comentou o conteúdo do novo relatório do conselho sobre os direitos humanos no leste da Ucrânia, e disse que há pontos precisando de esclarecimento.
"O relatório diz, por exemplo, que, de acordo com fontes confiáveis, há tropas russas na Ucrânia", disse. "Recentemente, ninguém menos que o chefe do Estado-maior das forças armadas da Ucrânia refutou essa informação e disse que não há divisões do exército russo na Ucrânia", completou.
O ministro também ressaltou a restrição, imposta por autoridades ucranianas e citada no relatório, da liberdade de transitar entre Donbass e outras áreas da Ucrânia. Lavrov criticou a posição de Kiev nesse ponto.
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