Abecásia e Rússia reduzem barreiras entre fronteiras

Segundo o novo acordo, a questão do futuro da fronteira russo-abecásia fica vinculada à recorrência das mesmas forças militares conjuntas de defesa da fronteira entre a Geórgia e a Abecásia Foto: RIA Nóvosti

Segundo o novo acordo, a questão do futuro da fronteira russo-abecásia fica vinculada à recorrência das mesmas forças militares conjuntas de defesa da fronteira entre a Geórgia e a Abecásia Foto: RIA Nóvosti

Acordo de parceria estratégica firmado entre os dois países, que visa a simplificar o processo de cruzamento da fronteira, entrou em vigor esta semana. Enquanto a Geórgia vê medida como “um passo em direção à anexação” da república separatista, especialistas garantem que não há qualquer ameaça à soberania da Abecásia, cuja independência a Rússia reconheceu em 2008.

Durante visita oficial à Abecásia na última segunda-feira (16), o assessor do presidente russo, Vladislav Surkov, afirmou que, “no fim das contas, a fronteira [entre a Rússia e a Abecásia] deve ser eliminada”.

O presidente da Abecásia, Raul Khadjimba, com quem se reuniu o assessor do líder russo, foi mais cauteloso nas palavras. Para ele, é necessário trabalhar em conjunto para simplificar o processo de cruzamento da fronteira entre os países.

Essa alteração do regime fronteiriço é vista por líderes de ambos os países como resultado natural do novo acordo “de aliança e parceria estratégica”, assinado recentemente entre Moscou e Sukhumi. Nele observa-se que Rússia e Abecásia se comprometem a garantir “plena liberdade de cruzamento da fronteira, levando em conta as limitações impostas por razões de segurança”.

Em agosto do ano passado, quando ainda era apenas candidato à presidência, Khadjimba já havia falado sobre a necessidade de “abrir as fronteiras com a Rússia”. Segundo ele, caso isso acontecesse, o número de turistas russos na Abecásia deveria duplicar, assim como a simplificação dos processos aduaneiros serviriam de “forte incentivo” para os agricultores locais.

Geórgia em alerta

Segundo o novo acordo, a questão do futuro da fronteira russo-abecásia fica vinculada à recorrência das mesmas forças militares conjuntas de defesa da fronteira entre a Geórgia e a Abecásia – e é justamente nesse pontos que alguns especialistas veem determinados problemas.

Um dos diretores do Instituto dos Países da CEI, Vladímir Evseiev acredita que, embora o acordo preveja a defesa conjunta da fronteira com a Geórgia, “a Abecásia, na verdade, não tem guarda fronteiriça”. Por isso, não está exatamente claro quem vai resguardar a fronteira.

Ainda de acordo com o especialista, nesse contexto também é necessário fazer a demarcação da fronteira marítima entre a Abecásia e a Geórgia.

Após a assinatura do acordo com a Abecásia, a Rússia discutiu nesta quarta-feira (18) medidas semelhantes com uma outra república separatista da Geórgia, a Ossétia do Sul. 

 

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