Nova Doutrina Militar defende Exército ‘mais incisivo e integrado’

Documento teve como base novo cenário político-militar e natureza das ameaças à segurança nacional Foto: mil.ru

Documento teve como base novo cenário político-militar e natureza das ameaças à segurança nacional Foto: mil.ru

Os acontecimentos no Oriente Médio e na Ucrânia, o agravamento das relações com os países da União Europeia, o avanço da Otan em direção ao leste e o surgimento de novas ameaças à segurança nacional foram as principais razões para a elaboração da nova Doutrina Militar da Rússia. Entre as alterações, destaca-se a introdução de conceitos como “prontidão de mobilização” e “sistema de dissuasão não nuclear”.

Aprovada pelo presidente Vladímir Pútin em dezembro passado, a nova doutrina menciona, pela primeira vez, um plano de defesa que prevê a construção de um sistema multinivelar com a utilização do potencial militar da Abecásia e da Ossétia do Sul. Ambas as regiões aliadas da Rússia têm importância estratégica para a construção de um sistema de defesa eficaz orientado ao sul.

O documento também destaca a importância de uma cooperação mais estreita com os outros membros do Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul). Além disso, reconhece a necessidade de expandir ativamente o círculo de países parceiros da Rússia no domínio da cooperação político e técnico-militar.

A alteração do cenário político-militar no mundo e a natureza das ameaças à segurança nacional da Rússia levaram os redatores da doutrina a introduzir também os conceitos de “mobilização por parte das Forças Armadas, de outras forças e órgãos” e de um sistema de dissuasão não nuclear estratégico, que compreende “um conjunto de medidas de política externa, militares e técnico-militares para evitar a agressão contra a Federação Russa com meios não nucleares”.

De acordo com os observadores militares, considerando as medidas adotadas, pode-se supor que a liderança político-militar russa prevê uma maior deterioração da situação ao longo das fronteiras da Rússia e que, devido a isso, começou a prestar maior atenção às questões da preparação de todo o país a fim de repelir as ameaças globais.

Uma das principais ameaças militares externas para a Rússia hoje é o aumento do potencial de combate da Otan, assim como a implementação ou aumento numérico dos contingentes militares de outros países ou blocos militares nos territórios adjacentes à Rússia e seus aliados, “para exercer pressão política e militar sobre a Federação Russa”.

A nova Doutrina Militar da Rússia reservou ainda uma seção especial para garantir a segurança da informação de Estado e enfrentar a luta contra ameaças cibernéticas.

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies