Em discurso, Pútin diz que opositores querem ‘desintegrar’ país

Pútin: "Agora não é hora de fazer politicagem e promessas vazias, mas ajudar a economia da Ucrânia" Foto: TASS

Pútin: "Agora não é hora de fazer politicagem e promessas vazias, mas ajudar a economia da Ucrânia" Foto: TASS

Nesta quinta-feira (4), o líder russo Vladímir Pútin realizou seu discurso anual perante a Assembleia Federal. Entre assuntos diversos, presidente alertou para tempos difíceis e disse que não romperá com o Ocidente. A Gazeta Russa apresenta um resumo com os principais pontos do pronunciamento.

Importância histórica da Crimeia

Ao expor a importância da Crimeia para o povo russo, Pútin recorreu à história da nação: “Na Crimeia, antiga Quersoneso, foi batizado o príncipe Vladímir, que posteriormente traria o cristianismo para toda a Rússia. Por isso, é lá que se encontra a origem espiritual da formação diversificada, mas monolítica, da nação e do Estado russo”.

“Para a Rússia, a Crimeia e Sevastopol têm um valor civilizacional tão grande como o Monte do Templo em Jerusalém tem para aqueles que professam o islamismo e o judaísmo. E é precisamente esta a nossa relação com a região, hoje e para sempre”, acrescentou o líder russo.

Ucrânia e posição do Ocidente

“Agora não é hora de fazer politicagem e promessas vazias, mas ajudar a economia da Ucrânia, que está evidentemente passando por reformas”, disse Pútin.

“Moscou não vai se submeter a pressões do Ocidente em relação à situação na Ucrânia”, continuou o presidente. “Temos o direito de questionar para que foi toda essa tragédia na Ucrânia? Não teria sido possível resolver os problemas, até mesmo as questões mais controversas, por via do diálogo e de processos legítimos?”

“No entanto, agora estão tentando nos convencer de que estamos perante uma política competente e equilibrada à qual temos que obedecer cegamente. Isso não vai acontecer”, afirmou Pútin perante a Assembleia Federal da Rússia.

Relações com os Estados Unidos

Direta ou indiretamente, os EUA sempre exerceram influência nas relações da Rússia com os países vizinhos, segundo o presidente russo.

“Não foi por acaso que mencionei os nossos colegas norte-americanos, uma vez que eles (...) afetam as relações com os nossos vizinhos. Às vezes nem se sabe com quem falar: com os governos de alguns países ou diretamente com seus patronos norte-americanos”, disse Pútin.

O líder russo voltou a mencionar o sistema de dois pesos e duas medidas usado pelos EUA, reiterando que o direito internacional é lembrado apenas quando favorável. “Ao compreender o papel e a importância do direito internacional, sobre o qual nós tanto falamos, [é necessário] não ajustá-lo aos interesses conjunturais de alguns”, afirmou.

Troca de sanções

Ao falar sobre as sanções, Pútin disse que a política de contenção imposta à Rússia não está relacionada com os acontecimentos na Ucrânia e foi adotada durante muitos anos. “Teriam nos feito seguir o cenário iugoslavo de desintegração e desmembramento, com todas as consequências trágicas dali resultantes. Não funcionou. Nós não permitimos”, disse o presidente.

“Nós jamais tomaremos o caminho da exclusão voluntária, da xenofobia, da desconfiança, da busca de inimigos. Isso tudo é manifestação de fraqueza, e nós somos fortes, temos confiança em nós mesmos. O nosso objetivo é obter o maior número de parceiros com direitos iguais no Ocidente e no Oriente”, disse Pútin.

O presidente acrescentou ainda que a Rússia não pretende cortar relações com a Europa e com os Estados Unidos. “Por outro lado, vamos restabelecer e ampliar os laços tradicionais com o continente sul-americano, vamos continuar a nossa cooperação com a África e com o Oriente Médio.”

Corrida armamentista

“Os EUA mantêm esforços persistentes para criar um sistema de defesa antimíssil global na Europa. Isto representa não apenas uma ameaça à segurança da Rússia, mas de todo o mundo (...) Não temos intenção de nos envolver em uma corrida armamentista cara, mas vamos garantir a capacidade de defesa do nosso [país] em qualquer situação”, destacou o líder russo.

Liberalização econômica

Pútin propôs congelar e manter inalterado durante quatro anos o atual sistema fiscal da Rússia, para que os empresários não temam surpresas desagradáveis por parte do Estado. O presidente também prometeu uma anistia a empresas offshore desde que as quantias regressem para a Rússia.

 

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