Aleksêi Naválni e seu irmão Oleg foram acusados no processo Yves Rocher em outubro passado Foto: Reuters
A pedido da investigação, o Tribunal Basmânni, em Moscou, embargou os bens dos irmãos Naválni, acusados de fraudes ligadas à empresa de produtos de beleza Yves Rocher.
“Os bens de Aleksêi e Oleg Naválni estão sob embargo, como medida de segurança”, disse porta-voz do tribunal, Natália Romanova, à agência Interfax, na terça-feira (12).
Os bens de Oleg incluem contas bancárias, ações e sua parte em uma fábrica de artigos de vime da família. Já no caso de Aleksêi, os bens não foram descritos e o processo não indica seus valores.
Segundo a investigação, os irmãos desviaram mais de 26 milhões de rublos (R$ 1,85 milhões) da Yves Rocher Vostok, o que pode lhes render até 10 anos de prisão.
Além disso, eles também são acusados de desviar o equivalente a R$ 280 mil da empresa de transferência eletrônica de fundos MPK, podendo ser penalizados com mais 5 anos de prisão.
Superfaturamento
Vice-diretor de uma filial dos correios da Rússia, Oleg teria induzido a Yves Rocher a firmar um acordo para transporte com a GPA, empresa de Aleksêi Naválni.
Os investigadores afirmam que a GPA não prestou os serviços a que se comprometeu, delegando-os a outra empresa, dirigida por um conhecido de Oleg Naválni, que tinha preços mais baixos.
Esquema semelhante foi detectado no caso da MPK. Na versão do Comitê de Investigação, Oleg teria aliciado a MPK a assinar contratos superfaturados com sua empresa de prestação de serviços de transporte de impressos e faturas em 2008.
Embargo
O embargo aos bens dos irmãos foi requerido por Roman Nésterov, investigador do Comitê de Investigação da Federação da Rússia, de acordo com o portal Rosbalt.ru.
Nésterov é responsável pelo processo que tem Aleksei Naválni como principal acusado. O investigador também se ocupou do caso Kirovles, pelo qual Naválni foi condenado a 5 anos de prisão, que foram convertidos a uma condicional em meados de outubro.
Em seu blog, Aleksêi afirma que uma listagem de seus bens foi divulgada durante a campanha eleitoral de meados deste ano para a prefeitura de Moscou.
“Não sei que bens foram embargados, pois não fui chamado ao tribunal que tomou a decisão. Só saberei quando receber o documento escrito”, afirmou.
Aleksêi Naválni e seu irmão Oleg foram acusados no processo Yves Rocher em outubro passado.
A investigação assegura, ainda, que, no caso Yves Rocher, os irmãos Naválni teriam se apropriado de um valor equivalente a R$ 3,9 milhões, usando a fábrica de artigos de vime de seus pais para lavar parte desse dinheiro.
Foi a parte pertencente a Oleg Naválni do capital social da empresa que o Tribunal Basmânni embargou na terça-feira passada (12).
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