Choigu conseguiu elaborar uma abordagem multidisciplinar dos problemas existentes e um plano claro de reorganização das Forças Armadas Foto: ITAR-TASS
Na última quarta-feira (6), Serguêi Choigu completou o 1º ano de seu mandado à frente do Ministério da Defesa, cujo titular anterior, Anatóli Serdiukov, foi demitido pelo presidente Vladímir Pútin em meio a um escândalo de fraude na pasta.
De acordo com analistas políticos e especialistas em assuntos militares, no ano passado, as decisões mais importantes de Choigu à frente do ministério foram as de adotar o sistema de contratos de ciclo completo na compra de equipamento militar (a empresa contratada fica obrigada não só a projetar e a construir equipamento militar, mas também a realizar sua manutenção técnica e a torná-lo sucata no fim de sua vida útil), de melhorar a qualidade da formação de militares e de desenvolver o setor de ciência e ensino militares.
A adoção do sistema de contratos de ciclo completo na compra de equipamento militar deve entrar em pleno vigor em dois a três anos.
Antes de assumir a pasta, Choigu desempenhou brevemente as funções de governador interino da Região de Moscou e de titular do Ministério para as Situações de Emergência, por ele criado.
A nomeação de Choigu ocorreu depois de um grande escândalo em torno da empresa Oboronservis, protagonizado por pessoas da equipe de Serdiukov. Uma das primeiras decisões de Choigu à frente do Ministério da Defesa foi reverter a venda do imóvel feita ilegalmente pela equipe de Serdiukov e devolver ao órgão todos os bens vendidos. Segundo especialistas, Choigu defende livrar o Ministério da Defesa das funções econômicas, inclusive aquelas de fixação de preços, estranhas às suas atividades.
"As iniciativas da cúpula do Ministério da Defesa de livrar as Forças Armadas das funções econômicas e comerciais estão sobretudo voltadas contra a corrupção", afirma o analista do Centro de Informação Política Pável Verkhniátski.
Além disso, com a chegada do novo ministro, foi retomada a prática de exercícios de alerta das tropas, que permite avaliar objetivamente o nível de sua prontidão para o combate e identificar soluções para os problemas existentes. O primeiro exercício de alerta dos últimos 20 anos foi realizado no Comando Militar do Centro em meados de fevereiro passado.
Especialistas acreditam que os exercícios de alerta permitem não só testar a prontidão das tropas para o combate, mas também ensinar o pessoal de todos os níveis a reagir de imediato a possíveis ameaças.
"O princípio fundamental das Forças Armadas é sua prontidão para entrar em luta a qualquer momento. Nesse sentido, no ano passado, foi feito muito mais do que nas décadas anteriores ", disse o primeiro vice-presidente da Comissão de Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Víktor Zavarzin.
Outra iniciativa de Choigu foi a criação das chamadas companhias científicas nas Forças Armadas. Trata-se de convocar universitários para o serviço militar obrigatório e colocá-los em unidades científicas especiais, onde eles não são separados das regras do Exército e executam trabalhos de pesquisa e desenvolvimento no interesse dos militares. No momento, as Forças Armadas contam com duas companhias científicas. Até o final deste ano, seu número deve aumentar para quatro. A ideia é fazer com que as companhias científicas trabalhem em cooperação com centros de pesquisa e desenvolvimento da indústria armamentista.
Segundo especialistas do Centro de Informação Política, a nomeação de Choigu teve vários objetivos. A situação em que estava o Ministério da Defesa no final de 2012 exigia medidas urgentes para recuperar a estabilidade. No ano passado, Choigu conseguiu elaborar uma abordagem multidisciplinar dos problemas existentes e um plano claro de reorganização das Forças Armadas.
O diretor da revista "Defesa Nacional", Ígor Korótchenko, acredita que, em um ano, Choigu conseguiu consolidar as Forças Armadas e melhorar o clima psicológico nas tropas.
Com materiais dos sites gazeta.ru, RIA Nóvosti e Vzgliad
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