Pútin ressaltou descaso das autoridades locais com questão de resolução prática Foto: RIA Nóvosti
Na terça-feira passada (22), o presidente russo Vladimir Pútin participou de uma reunião do Conselho de Relações Interétnicas, na cidade de Ufa, para debater sobre a estratégia de política nacional do governo aprovada há quase um ano.
“Por enquanto, o trabalho se desenvolve lentamente. Apenas nove regiões da Federação Russa elaboraram planos para a implementação da estratégia federal. Ao analisar o trabalho efetivo, provavelmente teremos um quadro ainda mais deprimente”, avaliou o presidente.
Pútin ressaltou o papel das autoridades locais na prevenção de conflitos étnicos semelhantes ao que ocorreu recentemente no bairro moscovita de Biriulevo. “Os dirigentes em campo muitas vezes preferem o trabalho burocrático que tem pouca ou nenhuma utilidade”, disse Pútin. “A insatisfação dos moradores de Biriuliovo é prova disso, pois vinha se acumulando ao longo de vários anos. Houve reclamações à polícia, à administração local e aos secretários do bairro.”
Segundo o presidente, o crescente descontentamento leva a graves conflitos, inclusive no terreno étnico e religioso, com o intuito de resolvê-los por métodos ilegais. “Também é inaceitável a conivência com ações ilegais de pessoas de fora que violam as leis de imigração e cometem delitos”, acrescentou Pútin.
Uma lei em tramitação na Duma (câmara dos deputados na Rússia) prevê a responsabilização das autoridades locais pelo surgimento de conflitos e foi apoiada pelo presidente. “Quando há pessoas de diferentes nacionalidades envolvidas nesses casos, os fatos são imediatamente utilizados por associações extremistas para fomentar a tensão interétnica. Muitas vezes, a impressa e a internet contribuem para disseminar essa versão nacionalista e destorcida”, disse ele.
No sul da Rússia e nas regiões do Distrito Federal do Volga (Privoljski), já foi criado, inclusive, um centro de pesquisa responsável pelo monitoramento das relações interétnicas “O foco principal deve ser a adaptação social dos migrantes, devem ser criadas as condições necessárias para isso”, afirmou Pútin.
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