Lavrov tem esperança nas negociações futuras com os EUA, embora admita cautela Foto: AP
O acordo sobre a destruição das armas químicas da Síria alcançado em setembro de 2013 foi o primeiro de grande escala obtido entre Moscou e Washington nos últimos anos e, com isso, veículos internacionais importantes voltaram os olhos para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguêi Lavrov. Mas não foi a primeira vez que Lavrov esteve no centro das atenções.
Em 2008, o jornal “The Daily Telegraph” já havia dado destaque ao ministro russo, após um atrito com o seu homólogo britânico, David Miliband. Entre as frases ditas pelo diplomata russo, foi difícil encontrar pelo menos uma que pudesse ser reproduzida na imprensa. Algumas figuras políticas se referem a ele como “ministro do não”, e as ex-secretárias de Estado dos EUA Hillary Clinton e Condoleezza Rice admitiram que Lavrov as tirou do sério mais do que uma vez. Aliás, as relações com os EUA não são novidade alguma para o ministro russo.
Lavrov estudou da Faculdade de Relações Internacionais no Mgimo (Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou), onde aprendeu inglês e francês, além da língua cingalesa. Após a formatura, em 1972, foi trabalhar como estagiário na Embaixada Soviética no Sri Lanka. Dali em diante seguiu uma carreira diplomática consistente (vide quadro) até ser nomeado, em 1992, vice-ministro das Negócios Estrangeiros.
1976 a 1981 – deixou a Embaixada do Sri Lanka e passou a trabalhar no Departamento das Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da URSS;
1981 a 1988 – primeiro-secretário, conselheiro e consultor sênior da Missão Permanente da URSS na ONU;
1988 a 1990 – vice-diretor do Departamento de Relações Econômicas Internacionais da Rússia;
1990 a 1992 – diretor do Departamento de Organizações Internacionais e de Problemas Globais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Dois anos mais tarde, se mudou para Nova York na qualidade de embaixador da Federação Russa nas Nações Unidas. Ao longo dos anos de serviço no Conselho de Segurança da ONU, Lavrov participou das discussões dos principais problemas internacionais. Na época, o chanceler participou de reuniões relacionadas com o conflito na Iugoslávia, Iraque, Oriente Médio, Afeganistão e na luta contra o terrorismo.
A primeira vez que soou a possibilidade da sua nomeação para o cargo de ministro foi em dezembro de 1995, quando Andrei Koziriev se aposentou. Mas quem acabou assumindo o cargo foi Evguêni Primakov, que em 1998 seria substituído por Igor Ivanov. A vez de Lavrov chegou apenas em 2004.
Na biografia oficial de Lavrov, consta que o ministro é de etnia russa. Porém, em 2005, o próprio Lavrov, cujo pai é armênio de Tbilisi, se abriu em um encontro com estudantes na Armênia: “As minhas raízes estão na Geórgia – o meu pai é de Tbilisi, e o meu sangue é armênio”.
Desde então, as contradições com os Estados Unidos são assunto constante nas pautas de reuniões do ministro. Mas, apesar da seriedade, Lavrov não perde o humor e, certa vez, comparou as relações com os norte-americanos a tipos de dança. “A valsa nos faz andar em círculos. Por isso, a valsa não serve. O tango também tem movimentos bruscos. A fase do Twist já tivemos, por isso agora estamos nos ‘dois passos para frente, um passo para trás’. A tendência é absolutamente positiva”, disse o chanceler.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: