Autoridades russos conseguiram evitar ato que seria realizado no dia 9 de maio Foto: AP
O suposto organizador do ato terrorista previsto para o Dia da Vitória, celebrado na Rússia no dia 9 de maio, tinha ligação com o Partido Islâmico do Turquestão, informou o Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em russo).
“Desconhecida anteriormente pelo grande público, essa organização terrorista não é menos perigosa do que a rede Al-Qaeda”, afirmou o diretor do FSB, Aleksandr Bórtnikov. “A internacionalização do terrorismo assume especial relevância”, acrescentou.
De acordo com um comunicado do Comitê Nacional Antiterrorismo (Nak) divulgado na última quinta-feira (6), o nome do terrorista preso nos arredores de Moscou é Iulai Davletbaev. Ele havia sido delatado por seu comparsa Robert Amerkhanov, preso em maio passado.
Segundo Amerkhanov, o grupo de Davletbaev tinha recebido a indicação da liderança do Partido Islâmico do Turquestão de cometer uma série de atentados terroristas em Moscou e, em seguida, fugir para o Afeganistão.
O FSB não informou, porém, quais exatamente instalações no centro de Moscou foram escolhidas pelos terroristas para perpetrar um ataque nem divulgou os nomes e os locais de nascimento dos dois terroristas mortos.
Amerkhanov também disse que a organização dos atentados tinha ficado sob responsabilidade de Davletbaev, que não estava Moscou quando o FSB realizou uma operação especial em Orekhovo-Zuevo, a 76 km de Moscou, para neutralizar três extremistas, entre os quais Amerkhanov.
A operação resultou na morte de dois extremistas e na prisão de Amerkhanov.
O apartamento onde os terroristas se escondiam havia sido alugado em nome de Davletbaev. Ele tinha ligação com outro terrorista chamado Chaimukhametov, morto em 2010 e conhecido por organizar um atentado no gasoduto Urengói-Pomara-Újgorod e um ataque a um posto policial na região de Perm, além de assassinar um policial.
“Para cometer o atentado terrorista em Moscou, Davletbaev começou a trabalhar como motorista de táxi. Desse modo, podia realizar viagens pela cidade para selecionar os locais dos ataques sem causar suspeitas à polícia”, afirma o comunicado do Nak.
O objetivo da ação era provocar o maior número possível de vítimas fatais, assinala o comunicado.
Escalada da tensão
Segundo fontes do serviços secretos russos contatadas pela RIA Nóvosti, os mandantes do atentado terrorista em Moscou estão no exterior, em uma região na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.
“Em 2010, os elementos desse grupo, responsáveis por uma série de crimes na região do Volga, se refugiaram em uma região na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão”, disse uma fonte do Nak. “No Afeganistão, os terroristas estudaram a fabricação de bombas e participaram em incursões contra a força internacional da Otan.”
Conforme o programado, a força internacional da Otan deve ser retirada do Afeganistão nos finais de 2014. No entanto, alguns militares e policiais do departamento antidroga ficarão no país. Nesse contexto, a comunidade internacional se declara preocupada com o eventual aumento da tensão na região após 2014.
“Os extremistas representam uma grave ameaça a países e regiões inteiras”, arrematou Bórtnikov.
Publicado originalmente pela agência RIA Nóvosti
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