Julgamento foi transferido para tribunal de Moscou por falta de espaço para réus em Zamoskvorestki Foto: RIA Nóvosti
Um julgamento de 12 ativistas da oposição por “distúrbios em massa em uma manifestação no dia 6 de maio de 2012”, conforme a versão do Comitê de Investigação da Rússia (CIR), começou em Moscou na última quinta-feira (6). Trata-se de uma ação de protesto da oposição aprovada pelo governo de Moscou na praça Bolotnaia que terminou com confrontos entre a polícia e manifestantes.
O processo está sendo comandado pela juíza Natalia Nikichina, presidente do Tribunal de Zamoskvorestki, mas o julgamento será realizado no Tribunal de Moscou. Os acusados são 12, mas dois respondem a processo em liberdade.
“Além disso, é necessário conceder um espaço à equipe de defesa composta por cerca de 30 advogados”, disse ao jornal on-line Lenta.ru um funcionário do Tribunal de Zamoskvorestki, que não poderá realizar o julgamento por falta de espaço.
De acordo com o movimento social “Rosuznik” (Prisioneiros Russos, em português), o processo envolve 30 pessoas no total. No entanto, em dezembro do ano passado, o CIR declarou ter levantado um processo à parte contra os 12 acusados: Aleksandra Dukhânina, Andrêi Barabânov, Stepan Zimín, Denis Lutskévitch, Iaroslav Beloúsov, Vladímir Akimênkov, Leonid Koviázin, Artem Savélov, Nikolai Kavkázski, Aleksêi Polikhóvitch, Serguêi Krívov e Maria Barônova, para encaminhá-lo ao Tribunal.
Segundo o jornal “Vedomosti”, eles estão sendo acusados de organização de distúrbios em massa, violência em relação a um policial e apelos à desobediência às exigências das autoridades competentes.
A investigação do “caso Bolotnaia” durou um ano, envolvendo investigadores das regiões de Kaluga, Vologda, Tver, Iaroslavl, Smolensk, Riazan e Briansk e de Moscou, e revelou 74 vítimas. Durante a investigação, muitas prisões e buscas foram realizadas.
Diversos militantes da oposição alegam que o “caso Bolotnaia” deu início a uma nova rodada de repressão no país. Segundo o lenta.ru, devido ao “caso Bolotnaia”, mais de 50 ativistas do movimento de protesto fugiram da Rússia.
A comissão pública para a investigação dos acontecimentos durante a manifestação de 6 de maio de 2012 publicou um relatório no segundo trimestre deste ano, dizendo que não houvera distúrbios em massa na praça Bolotnaia e que os confrontos foram iniciados por provocadores infiltrados sem revista corporal e com a complacência da polícia.
Segundo Maria Barôniva, várias centenas de testemunhas estão arroladas para o processo. Outras 400 serão convocadas pela defesa. Ela também disse que vários movimentos sociais, entre os quais o Rosuznik e o Comitê do 6 de maio, começaram a buscar testemunhas dispostas a contar o que houve na realidade naquela.
“O processo tem 70 volumes, mas a prova real contra meus clientes pode encher, no máximo, um, na melhor das hipóteses”, disse Dmítri Agranóvski, advogado de Vladímir Akimenkova e Iaroslav Beloúsov.
Com materiais dos veículos Vedomosti e Lenta.ru
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