“Direitos dos homossexuais não são violados na Rússia”, diz Pútin

Para o presidente, é preciso "respeitar as diferenças regionais" Foto: RIA Nóvosti

Para o presidente, é preciso "respeitar as diferenças regionais" Foto: RIA Nóvosti

Presidente russo negou nesta segunda-feira (8) que os direitos das minorias sexuais sejam restringidos pelas leis recentemente aprovadas em algumas regiões

Em entrevista coletiva após uma reunião com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, o presidente russo Vladímir Pútin declarou que os homossexuais dispõem dos mesmos direitos e liberdades que os demais cidadãos russos.

“Acho necessário defender os direitos das minorias sexuais, porém as crianças não nascem em casamentos do mesmo sexo. Tanto a Europa como a Rússia e enfrentam problemas de natureza demográfica”, disse o presidente russo.

Apesar de a imigração ajudar a resolver os problemas demográficos, Pútin disse que gostaria que população russa crescesse, em primeiro lugar, em virtude de um boom demográfico “nos chamados grupos étnicos do país: russos, tártaros, tchetchenos, daguestaneses e assim por diante”.

Ao falar sobre casamentos homossexuais, Pútin se referiu à mentalidade do povo russo e disse que essas questões devem ser tratadas conforme as tendências locais.

“Dificilmente consigo imaginar casamentos do mesmo sexo sendo permitidos na Tchetchênia, por exemplo. Vocês consegue imaginar isso? Isso acabaria em perdas humanas”, continuou o presidente.

O líder russo reiterou que as leis que proíbem propaganda gay, recentemente adotadas por algumas regiões russas e ferozmente criticadas por muitas figuras públicas e grupos de direitos humanos ocidentais, apenas dizem respeito à promoção de valores homossexuais entre os menores de idade.

A promoção de valores e estilo de vida LGBT para menores está sujeita à punição em São Petersburgo, a segunda maior cidade russa, com multas que variam entre US$ 160 a US$ 16 mil. Várias outras regiões russas também possuem lei semelhantes.

“Gostaria de chamar a atenção para o fato de que essas leis estão sendo adotadas em nível regional, e, portanto, refletem a postura da sociedade. Elas não estão sendo incentivadas pelas autoridades federais de forma alguma”, disse Pútin. 

“Precisamos chegar a um consenso com a comunidade LGBT e trabalharmos juntos. Não devemos brigar uns com os outros, mas chegar a um entendimento e estabelecer um determinado conjunto de regras civilizadas. Acredito que isso é possível", arrematou o presidente.


Publicado originalmente pela RIA Nóvosti

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