Confira os principais eventos políticos da Rússia em 2012

Protestos, eleição presidencial e afastamento de deputados foram alguns dos destaques do cenário político russo neste ano.

Em 2012, os russos foram às urnas para eleger o novo presidente do país e às manifestações de protesto, acompanharam o processo contra o grupo punk Pussy Riot e tentaram se acostumar a novas leis, entre as quais a polêmica sobre as "listas negras" de sites de internet.

Confira abaixo uma lista dos eventos de maior relevância no cenário político russo neste ano.

Eleição presidencial


 

Foto: Kremlin.ru


Em março passado, os russos foram às urnas para eleger o novo presidente do país. Dentre os candidatos estavam Guennadi Ziuganov, líder do Partido Comunista da Federação Russa (KPRF, na sigla em russo), Vladímir Jirinóvski, líder do Partido Liberal Democrático (LDPR, na sigla em russo), Sergêi Mironov, líder do Partido Rússia Justa, e o bilionário Mikhail Prókhorov (sem partido).

Como se esperava, a corrida pelo Kremlin foi vencida por Vladímir Pútin, com dois mandatos presidenciais nas costas, com mais de 71% dos votos favoráveis no pleito, que teve taxa de comparecimento às urnas de 65%. Em maio passado, o novo presidente do país tomou posse para um mandato de seis anos. Recentes emendas à Constituição estenderam o mandato presidencial de quatro para seis anos.

Gabinete de ministros de Medvedev


 

Foto: Kremlin.ru

Após a posse, Pútin cumpriu o "acordo de cavalheiros" com seu antecessor, indicando-o para primeiro-ministro. Alguns dos ministros mais criticados do governo anterior, como a da Saúde e do Desenvolvimento Social, Tatiana Golikova, do Interior, Rachid Nurgaliev e da Educação e Ciência, Andrêi Fúrsenko, perderam seus cargos e não foram incluídos na lista do gabinete do novo primeiro-ministro. O novo governo incluiu quatro novas pastas: Saúde, Trabalho e Desenvolvimento Social, Desenvolvimento do Extremo Oriente e Relações com o Governo Aberto.

Sigla governista tem novo líder


 

Foto: RIA Nóvosti


Após a troca de cadeiras no Kremlin, Pútin e Medvedev trocaram as cadeiras à frente do partido governista Rússia Unida. Medvedev foi admitido como militante e eleito líder da agremiação em um congresso realizado no final de maio. Pútin esteve à frente da sigla desde 2008 sem ser seu militante.

Leis de maior repercussão social


 

Foto: RIA Nõvosti


A Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) de sexta legislatura eleita em dezembro de 2011 começou os trabalho no início de 2012. O primeiro ano de mandado da nova Duma foi marcado pela aprovação de uma série de leis polêmicas. Uma delas estabelece o conceito de agente estrangeiro para as organizações sem fins lucrativos financiadas por fontes externas e outra aumenta as sanções penais para crimes de alta traição e divulgação de segredos do Estado. Uma terceira ainda dispõe sobre as "listas negras" de sites contendo pornografia e apologia a suicídio e às drogas.

Ações de protesto


 

Foto: Ruslan Sukhushin

A onda de protestos provocada pelas eleições parlamentares de 2011 aumentou após o pleito presidencial, em março. Uma fita branca foi escolhida como símbolo do movimento de protesto. Moscou assistiu às manifestações "Pelas eleições honestas", na Praça Bolótnaia, à Marcha dos Milhões, envolvendo dezenas de milhares de pessoas, e a uma ação chamada Círculo Branco, em que os manifestantes, de mãos dadas e caracterizados pelas fitinhas brancas no peito, se alinharam ao longo da estrada circular, o Anel de Jardins, de Moscou, numa extensão de 15 km. 

Em 6 de maio, uma concorrida manifestação terminou em confronto com a polícia. Mais de 400 pessoas foram detidas, e 40 manifestantes e 29 policiais ficaram feridos. Como resultado, o parlamento aprovou uma lei para aumentar as multas por violações do regulamento de reuniões e manifestações públicas.

Duma de Estado afasta deputados


 

Foto: TASS

A Duma de Estado lançou uma campanha de afastamento dos deputados denunciados por prática de negócios enquanto ocupavam cargos na assembleia. A primeira vítima foi um político oposicionista e membro do partido Rússia Justa, Gennadi Gudkov, afastado do cargo por ter supostamente administrado um negócio enquanto exercia as funções no parlamento. Mais tarde, vários outros deputados, em sua maioria do Rússia Unida, foram suspeitos de práticas semelhantes, mas apenas um deles, Aleksêi Knichov, perdeu o mandato por se afastar voluntariamente do cargo em razão de considerar impossível provar que não estava envolvido em negócios.

Retorno das eleições para governador


 

Foto: AFP / EastNews

Depois de oito anos de intervalo, as eleições para governador regional voltaram a ser praticadas no país. Segundo as novas regras, os candidatos são indicados por partidos políticos e devem passar pelos chamados "filtros", ou seja, obter apoio dos deputados regionais ou prefeitos antes de se candidatar oficialmente. Em outubro, o pleito foi realizado em cinco unidades da Federação: as regiões de Rizan, Belgorod, Novgorod, Amur e Briansk, e foi vencido pelos atuais governadores, representantes do Rússia Unida.

Reforma do sistema partidário


 

Foto: Президент.рф


Em resultado das ações de protesto, o governo liberalizou os requisitos para o registro de novas siglas políticas e diminuiu o número mínimo de militantes necessário para o registro de uma agremiação política de 40 mil para 500. Como resultado, o número de partidos políticos no país aumentou de sete para 44, dos quais 19 concorrem no pleito eleitoral de outubro passado. Os partidos Parnas e Comunistas da Rússia obtiveram lugares nas assembleias legislativas de Barnaul e Karachaevsk, respectivamente.

Caso Pussy Riot


 

Foto: Reuters


Em fevereiro, o grupo de punk feminino Pussy Riot realizou uma ação não autorizada sob o lema " Virgem, mande Pútin embora!", na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Em março, três das integrantes do grupo foram presas, enquanto as outras são alvo de mandato de captura por conduta desordeira motivada por ódio religioso.

Em agosto, um tribunal de Moscou condenou as três integrantes do grupo, Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutsevich, a dois anos de prisão. Em outubro, Samutsevich teve sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena suspensa e acabou libertada. O caso Pussy Riot deu início a uma campanha de críticas contra a Igreja Ortodoxa Russa, que ainda segue.

O novo ministro da Defesa


 

Serguêi Choigu (à esq.) e Anatóli Serdiukov (à dir.). Foto: RIA Nóvosti


O economista Anatóli Serdiukov, desde 2007 à frente do Ministério da Defesa, foi afastado do cargo por envolvimento em um escândalo de corrupção.

O novo ministro da Defesa é Sergêi Choigu, ex-ministro para as situações de emergência, que deixou o cargo de governador da região de Moscou, que ocupava desde abril deste ano.

Choigu é um inquilino de longa data da Casa Branca (sede do  governo russo), atuando nos governos de Boris Iéltsin, Vladímir Pútin e Dmítri Medvedev. Especialistas reagiram favoravelmente à sua nomeação para a pasta da Defesa.

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