Iúri, o hobbit russo

O eremita prepara sua comida em uma cozinha feita por ele mesmo. Mas, para poder enxergar ali, ele precisa usar duas lanternas: uma na testa, e outra pendurada no teto.

Iúri vive com um coelho branco chamado Petrucha que responde ao ser chamado e segue seu dono em todos os lugares. O animal também ama bananas e mingau.

Já Iúri adora ervilhas, que geralmente prepara no forno, assim como os outros pratos.

A mudança para a floresta se deu, segundo Iúri, devido ao cansaço dos problemas comuns às grandes cidades. “Quando se vive na cidade, é preciso pensar constantemente sobre o amanhã. Não se pode cometer um único erro, porque pode ser irreparável. Aqui nada disso faz sentido”, explica Iúri ao canal AJ +. A escolha de uma morada próxima à estrada também não foi por acaso. “Agora não serei eu que passo ao longo das coisas, mas todo o resto que passa por mim. Eu ficarei sentado, o mundo inteiro já pode se mover”, disse o eremita, citado por jornalistas e blogueiro. A proximidade com a estrada também facilita para Iúri dedicar-se ao BookCrossing e ao CouchSurfing.

Iúri instalou painéis solares no telhado, e toda eletricidade gerada é armazenada em baterias. Graças a isso, ele pode ler, usar o computador e navegar na internet.

Recentemente, construiu também uma bânia (sauna russa) em sua casa.

Antes de se mudar para um bosque perto estrada de Iaroslavl (a 100 km de Moscou), há cinco anos, Iúri morava na capital e trabalhava como advogado. Hoje em dia, o ex-urbanoide, que recebeu na internet o apelido de “o Hobbit russo”, vive, no verão, em uma tenda feita por ele mesmo, e, no inverno, em uma cabana como uma toca de coelho, ou um daqueles buracos onde os hobbits vivem.

Para aquecimento, cozinha e banheiro, o eremita usa madeiras da floresta que ele mesmo extrai com a ajuda de uma motosserra.

Depois, Iúri costuma cortar lenha para vários dias.

No inverno, acende a lareira todos os dias para manter sua cabana aquecida.

Os livros que ele mantêm em sua cabana estão todos registrados na biblioteca global BookCrossing. “As pessoas vêm, levam livros e trazem os seus, de modo que, assim, continuamos com a troca global”, diz.

Durante o inverno, após a bânia, tem o hábito de se esfregar na neve ou mergulhar no gelo.

E nem mesmo nevascas são capazes de impedi-lo de seguir com o ritual.