Tropas russas no Ártico passam a usar trenós puxados por renas e cães

Em algumas regiões do Extremo Norte, o Exército russo deixou de lado os veículos militares tradicionais para uso de transporte dos povos nativos.

A divisão foi formada a partir da 80ª brigada motorizada, localizado em Alakurtti (também na região de Murmansk). A expectativa agora é criar uma segunda brigada no distrito de Iamalo-Nenets, situado mais a leste.
Em meados de janeiro, a 80ª brigada motorizada do Ártico realizou um treinamento com renas em uma fazenda de criação na aldeia de Lovozero, na região de Murmansk (1.850 km ao norte de Moscou). Em uma região onde a temperatura pode chegar a -50° C e não se consegue enxergar o horizonte, os militares decidiram começar a usar trenós com renas e huskies como transporte – algo já comum entre os saami, os nenets, os komi e outros povos que vivem no Extremo Norte.
A primeira brigada do Ártico surgiu em 2015 no âmbito da frota do Norte russa (o comando estratégico unido Norte). Desde então, o grupo conta com equipamento adequado para conduzir operações militares para além do Círculo Polar.
Para se deslocar, os militares utilizam o transporte dos povos nativos do Extremo Norte: trenós puxados por renas e cães.
Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, esse trenós eram usados para evacuar feridos, transportar cargas e infiltrar-se nos esquadrões à retaguarda do inimigo.
Uma das incursões mais exitosas desse tipo foi o ataque ao aeródromo nazista de Petsamo, em 1942, nos entornos da aldeia Alakurtti (Murmansk).
Nas operações militares, os trenós puxados por cavalos permitem subir facilmente as colinas para conduzir feridos e munições.
Uma característica essencial desse animais é seu instinto marcante de caça. A alimentação dos cães que puxam trenós no exército é compostas por roedores, pequenos pássaros, lebres e outros animais.
Os cães são selecionados para servir no exército quando ainda são filhotes. Desde os três meses de vida, os cachorros mais ativos já aprendem como “trabalhar” feito cães adultos. Os animais ficam posicionados sempre perto do trenó e levam amarrado ao lombo um contrapeso especial para que a coluna vertebral não se deforme.
Em cada trenó há uma hierarquia própria. Na primeira fila correm os dois líderes: o chefe e o mais forte, que define o ritmo dos demais. Se o condutor se fere, os animais são capazes de levá-lo para a cidade mais próxima por conta própria. E, no caso de alguma situação inesperada, os cães são treinados para rodear seu dono, proteger e aquece-lo.

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