Dmítri Baltermants, mestre da fotografia vanguardista soviética

Ataque. Novembro, 1941.O Capitão Baltermants, do Exército Vermelho, formou-se pela Faculdade de Mecânica e Matemática da Universidade de Moscou e trabalhava como professor de matemática na Academia Militar. Foi encarregado de sua primeira foto profissional em 1939, a pedido do jornal soviético “Izvêstia”.

Ataque. Novembro, 1941.O Capitão Baltermants, do Exército Vermelho, formou-se pela Faculdade de Mecânica e Matemática da Universidade de Moscou e trabalhava como professor de matemática na Academia Militar. Foi encarregado de sua primeira foto profissional em 1939, a pedido do jornal soviético “Izvêstia”.

Dmítri Baltermants
Conheça a biografia do ex-matemático que passou a trabalhar como fotógrafo de guerra e é responsável por algumas das imagens mais expressivas da história russa.
Tristeza. Da série “Assim era ...” Kertch. Janeiro de 1942. O fotógrafo foi enviado para registrar a chegada das tropas soviéticas à Ucrânia Ocidental. O resultado foi tão impressionante que ele logo recebeu uma proposta para assumir o cargo de fotógrafo no maior e mais influente jornal soviético.
Disparo de tanques. 1943.Poucas pessoas teriam trocado a promessa de uma carreira acadêmica brilhante com patente militar pela vida errante de repórter fotográfico, mas Baltermants não hesitou ao fazer sua escolha.
Tchaikóvski. Alemanha. 1945.1939 foi um ano de grandes mudanças de estilo na cultura soviética.
Gigantes da indústria (MMK). Década de 1950.O realismo socialista, imposto pelo poder comunista desde meados da década de 1930, quase eliminou as demais tendências estéticas nas mais diversas esferas da arte, incluindo a fotografia, onde o pictorialismo, o modernismo e a reportagem fotográfica antes coexistiam.
Alimentação mútua (Nikita Khruschov em visita à Índia). 1956.Com seus primeiros trabalhos como fotógrafo profissional, Dmítri Baltermants atendeu com sucesso às exigências dos novos tempos. Bem atrás dele, no entanto, estava o grande período da vanguarda soviética, representado por Aleksandr Rodtchenko, Vladímir Maiakóvski, Vsevolod Meyerhold, Serguêi Eisenstein, entre outros.
Moscou. 1960. Em 1943, após o lapso de um editor, que colocou legendas erradas em suas fotos e as enviou acidentalmente para impressão, Baltermants teve que comparecer a um batalhão penal e sobreviveu por um milagre.
Sem título. 1960.Ele foi “salvo” por uma lesão grave que quase o deixou sem perna. Após o tratamento hospitalar, Baltermants voltou para a frente de guerra como fotógrafo em 1944. No entanto, não trabalhava mais para o “Izvêstia”, mas em um jornal do exército chamado “Na razgrom vraga”, para o qual fotografava operações militares na Polônia e na Alemanha.
Baía de Ha Long, a oitava maravilha do mundo. Vietnã. 1955.A maioria de suas imagens de guerra só vieram à luz durante o “degelo” de Khruschov. A famosa imagem “Luto”, que lhe proporcionou fama mundial, foi impressa pela primeira vez na União Soviética em 1975, 30 anos depois de tirada.
Da série “Kolja vive em Moscou”. 1960.Ao voltar da frente de guerra como um veterano cheio de medalhas, com milhares de negativos e centenas de trabalhos impressos, Dmítri Baltermants ficou um bom tempo procurando emprego em vão.
Ciência e Religião. Moscou. O começo da década de 1960.O risco de contratá-lo como fotógrafo foi finalmente tomado pelo poeta Aleksêi Surkov, editor-chefe da “Ogoniok”, principal revista ilustrada que vendia milhões de cópias. Foi lá que Dmítri Baltermants trabalhou até sua morte, em 1990, dirigindo o departamento de fotografia do veículo a partir de 1965.
Agricultor uzbeque. 1960.Apesar de a carreira de Baltermants ter sido um enorme sucesso, considerando os padrões soviéticos – fotografando, publicando e fazendo exposições, além de ter recebido autorização para trabalhar no exterior –, ele nunca foi exatamente um fotógrafo soviético.
Relógio principal do Estado. 1964.Suas excelentes habilidades profissionais e impecável senso de composição  (enquanto Rodtchenko inventou a composição diagonal, o matemático Baltermants era fiel à horizontal), permitiram que ele fosse um artista independente e cosmopolita, que mantinha relações normais com o regime soviético sem nunca tentar dar o troco em ninguém.
Era a guerra ... 9 de maio, 1970.Baltermants era bom em retratar a frente de guerra em fotos encenadas ou semiencenadas, destacando os trabalhos heroicos e conquistas do povo soviético, mas também em fazer fotos de paisagens e retratos.
Tubos para o gasoduto. Da série “Jornada para o rio Ob”. 1971.Retratos de políticos compõem um capítulo à parte do trabalho de Dmítri Baltermants. Ele retratou secretários-gerais do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), como Stálin e Khruschov, Brejnev e Andropov, Tchernenko e Gorbatchov.
Leonid Brejnev em viagem pelo Uzbequistão. Da série “Seis generais”. 1979.Baltermants estava ciente do legado da fotografia vanguardista russa e da fotografia internacional. Ele foi colega de Henri Cartier-Bresson, Robert Douaneau, Marc Riboux, Joseph Kudelka e outros grandes mestres da segunda metade do século 20.

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