Reunido com autoridades locais em Managua, Choigu (dir.) assinou um acordo intergovernamental que simplifica a entrada de navios de guerra russos nos portos da Nicarágua Foto: serviço de imprensa
Em visita oficial a Caracas e Havana, o ministro da Defesa russo Serguêi Choigu negociou a realização de treinamentos conjuntos de defesa aérea e a entrada de navios da Marinha russa nos portos locais. A visita foi mais produtiva, porém, na Nicarágua.
Reunido com autoridades locais em Managua, Choigu assinou um acordo intergovernamental que simplifica a entrada de navios de guerra russos nos portos da Nicarágua, além de uma série de documentos no âmbito da cooperação técnico-militar.
Segundo o ministro russo, o acordo sobre a ordem de entrada simplificada dos navios russos deve expandir a gama de cooperação naval entre os dois países.
O analista militar independente Aleksandr Sukhanov duvida que essa viagem traga grandes contratos militares no futuro. “Mas não se pode menosprezar seu efeito político. A Rússia promove ativamente os seus interesses na América Latina. Isso, mais cedo ou tarde, terá seu efeito positivo.”
Parceria de 12 bilhões
A Venezuela é um importante aliado da Rússia no continente sul-americano. Em 1999, depois de assumir o cargo, o presidente venezuelano Hugo Chávez promoveu uma aproximação política com a Rússia.
O resultado dessa convergência é a cooperação técnico-militar, que começou a funcionar na prática apenas quando os Estados Unidos introduziram sanções para as compras de seus equipamentos técnicos.
Ao colocar a modernização das Forças Armadas como meta principal, Chávez iniciou a compra de armamento russo em grande volume. O processo foi perpetuado sob o comando de Nicolás Maduro.
Desde 2005, o montante comprado pela Venezuela em armas e equipamento militar da Rússia chega a quase US$ 12 bilhões. Foram adquiridos caças Su-30MK2V, helicópteros Mi-17V5, Mi-26T2 e Mi-35m2, tanques T-72B1, vários sistemas de lança-foguetes Smerch e sistemas de artilharia MSTA-S, entre outros.
Atalho pelo Caribe
O caminho das armas soviéticas para a América Latina começou com os cubanos. Entre 1961 e 1991, o volume de armas e equipamento militar da União Soviética vendido para Cuba chegou a US$ 16 bilhões.
Em 2014, o governo russo deu um passo que Havana aguardava há anos: 90% da dívida cubana para a URSS foi perdoada (US$ 32 bilhões). Não ficou explícito por que o governo russo tomou essa medida, mas observadores sugerem que isso permite à Rússia manter parcialmente influência sobre o Caribe, onde a China já tem presença ativa.
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