Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier (segundo à esq.), recebeu homólogos francês Laurent Fabius (à dir.), russo Serguêi Lavrov (à esq.) e ucraniano Pavlo Klimkin (segundo à dir.), em Berlim Foto: AP
Depois do encontro entre ministros das Relações Estrangeiras em Berlim, na última segunda-feira (12), Rússia, Ucrânia, França e Alemanha demonstraram que mantêm divergências consideráveis em torno da situação na Ucrânia.
Durante as próximas duas semanas, especialistas e diplomatas estão engajados em preparar o terreno para novas conversações entre chefes de Estado.
A principio, o novo encontro do quarteto deveria ser realizado nesta quinta-feira (15), em Astana, capital do Cazaquistão, mas foi adiado e deve acontecer apenas na semana que vem.
Até lá, três encontros preparatórios deverão anteceder as conversações dos dirigentes: do grupo de contato (representantes de Kiev, dos separatistas, da Rússia e da OSCE)l entre diretores de entidades de política externa do quarteto; e, por fim, entre os respectivos ministros.
Segundo o diretor do Centro de Segurança Internacional do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais, Aleksêi Arbatov, para encerrar o conflito não bastam acordos que desmotivem as partes beligerantes nem a presença de observadores da OSCE. “O cessar-fogo exige a participação de forças de paz multilaterais que impeçam qualquer violação do mesmo”, destaca.
Os observadores russos alertam ainda que, se não forem verificados progressos na normalização da situação ucraniana em um futuro breve, os combates no Donbass poderão eclodir com força renovada.
“O exército ucraniano foi mobilizado e reequipado. Para Kiev, o lançamento de novas operações militares equivale a uma solução para inúmeros problemas econômicos. Só assim as autoridades ucranianas podem convencer o Ocidente da enorme lista de exigências militares e econômicas sugeridas”, disse à Gazeta Russa Andrêi Suzdaltsev, vice-diretor da Faculdade de Economia e Política Mundial.
Preocupações distintas
“No quadro dos acordos de Minsk se alcançou apenas uma troca de prisioneiros de guerra. O formato de Minsk pressupunha também a participação ativa do presidente da Bielorrússia. Ora, Aleksandr Lukachenko está mais preocupado com seus próprios interesses”, diz Andrêi Suzdaltsev, sobre a falta de eficiência do formato de Minsk.
Segundo o especialista, a grande complexidade atual está nas diferentes interpretações dos acordos de Minsk. “Enquanto os russos veem esses entendimentos como o estabelecimento da paz, o Ocidente e Kiev os encaram como um enquadramento para a capitulação das Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk e, em parte, da própria Rússia.”
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