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Na última quarta-feira (6), o presidente da Rússia, Vladímir Pútin, ordenou a introdução de um embargo anual à importação de produtos alimentícios dos Estados Unidos, países da União Europeia, Canadá, Austrália e Noruega.
No mesmo dia, foi realizado uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura do Brasil em Moscou. Além disso, o diretor do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor), Serguêi Dankvert, se reuniu com os embaixadores de quatro países latino-americanos: Equador, Chile, Uruguai e Argentina.
Dankvert é co-presidente das comissões intergovernamentais com esses países.
Argentina
A Rosselkhoznadzor propôs aumentar o fornecimento de carne bovina, suína e de aves, queijos, laticínios, creme em pó, leite desnatado, manteiga, peixe, frutos do mar e uma série de frutas e legumes argentinos.
Além disso, o mercado russo está interessado na importação de produtos exclusivos para restaurantes, como, por exemplo, a merluza-negro e a corvina. As empresas russas e argentinas realizarão novas conversas durante a próxima reunião da comissão intergovernamental, que será realizada em 15 e 16 de setembro na Feira Mundial de Alimentos Internacional, em Moscou.
Brasil
Brasil e Rússia estão preparando um acordo bilateral que regule a importação de trigo e bacalhau russos. As partes iniciaram um processo de redução do custo de logística e de diminuição de importação de trigo americano e bacalhau português e sua substituição pelos produtos russos.
Em setembro, durante a Feira Mundial de Alimentos, as partes poderão assinar um acordo sobre garantias de qualidade e segurança de fornecimento de trigo russo. Se isso acontecer, a Rússia e o Brasil poderão carregar os navios em ambas as direções. Se o mercado brasileiro abrir as portas para os produtos russos, o impacto sobre o comércio bilateral será muito positivo.
Chile
Os especialistas afirmam que as exportações de vegetais, frutas, peixe e carne do Chile para a Rússia também crescerá consideravelmente. Devido ao desenvolvimento da sua produção de peixe vermelho, o Chile poderá preencher os segmentos anteriormente ocupados por Noruega e Polônia.
De acordo com os dados da Rosselkhoznadzor, a importação de peixe do Chile, que no ano passado ultrapassou 53 mil toneladas, poderia ser multiplicado por até três, e o volume de compras de moluscos poderia ser de cinco a sete vezes maior. Também existe a possibilidade de aumentar o fornecimento de maçãs e batata.
Equador
O Equador poderá aumentar significativamente os volumes de fornecimento de frutos do mar, frutas, legumes e flores. O Embaixador de Equador na Rússia, Patricio Chávez Zaval, declarou que o país também poderá oferecer produtos de queijo e de leite. Segundo Dankvert, a Rússia está particularmente interessada na organização do fornecimento direto de flores sem intermediários europeus.
“É preciso criar centros de logística. A Rússia ajudará a organizar voos regulares de transporte”, disse.
Uruguai
O Uruguai recebeu a proposta para aumentar o fornecimento à Rússia de carne bovina, suína, peixe, mariscos, manteiga, queijo, maçãs, peras, frutas cítricas e vegetais.
O embaixador do Uruguai na Rússia, Anibal Cabral, declarou que será possível aumentar o fornecimento de carne bovina de alta qualidade, que poderia substituir a carne australiana e americana, populares na Rússia antes do embargo. Dankvert propôs preparar até o início de outubro um acordo bilateral que estabeleça as condições de fornecimento dessa produção.
Em setembro, o ministro da Agricultura do Uruguai visitará Moscou e terá a oportunidade de assinar um acordo de colaboração.
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