Imprensa analisa posição da Rússia na tragédia do Boeing 777

O Ministério da Defesa negou as declarações das autoridades ucranianas de que no momento do acidente com o Boeing não havia nenhuma aeronave militar em Donetsk Foto: Reuters

O Ministério da Defesa negou as declarações das autoridades ucranianas de que no momento do acidente com o Boeing não havia nenhuma aeronave militar em Donetsk Foto: Reuters

A mídia do país continua a acompanhar as consequências da catástrofe do avião da Malaysia Airlines no território da Ucrânia.

Quase uma semana após a queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia, os jornais da Rússia continuam atentos aos desdobramentos da tragédia. Segundo o jornal "Kommersant", o Ministérioda Defesa russoapresentou argumentosa favor daversão de que o Boeingpoderia ter sido derrubado por militaresucranianos:estando sobre a região deDonetsk, a aeronave teria se desviado docorredordas vias aéreas. Dizer por queo aviãosaiu darota sóserá possívelapósa decodificaçãodas gravações de bordo, escreveu o "Kommersant".

Ainda citando o Ministério da Defesa, o jornal informou queno diado acidente com o Boeing umagrupamento ucraniano de defesa antiaéreaestava emDonetsk e contava com "três ou quatro"sistemas de mísseisantiaéreos Buk, acrescentando queo corredor aéreousado pelo avião abatidofica na zonade ação ucraniana.

O Ministério da Defesa negou as declarações dasautoridades ucranianas de que no momentodo acidente com o Boeing não havianenhuma aeronavemilitar em Donetsk. Os militares teriam identificado uma aeronaveda Força Aéreaucraniana, supostamente um Su-25,enfatizou o"Kommersant".

Para o jornal, “todos esses argumentos não convencem o Ocidente", e a pressão sobre a Rússia deve crescer, com possibilidades de imposição de sanções ainda mais severas.

Na opinião do jornal "Nezavissimaia Gazeta", a Rússia se demonstrou despreparada para a catástrofe de Donetsk. Apesar disso,o jornalobservou que as autoridades russas estão tentando fazer declaraçõesequilibradas e calmas em relação ao ocorrido.

Nas últimas semanas, parecia clara a intenção doKremlinde se retirargradualmente doconflitoucraniano, escreveu o "Nezavissimaia". "Ao mesmo tempo, Moscouinsisteque não tem influência sobrea milícia e não pode forçá-los anada: recentemente nem Kieve nem o Ocidente acreditam nisso", disse o jornal.Para a publicação,"não se desenvolveu uma linguagem comum, na qual KieveMoscouestariam dispostos afalar sobrea situação nosudeste", pois "para Kiev, a milícia continua a ser de terroristas eseparatistas,e a operaçãoantiterrorista para Moscou continua a ser punitiva".

O jornal observou que, se a comissão internacional que investiga a tragédia concluirque o Boeingfoi abatido por separatistas, a Rússia não poderá ocupar uma posiçãoindiferente.De acordo com o "Nezavisimaia", paira sobre Moscou a ameaça denovassanções econômicas eisolamentoparcial."Será lançada uma versãodetalhada própria dosacontecimentos com o Boeing, bastante convincenteno que diz respeitoaopúblico internoemarginalem relação aopúblico externo", resumiuo jornal.

O portal "Gazeta.ru" publicou um artigo intitulado "Culpados pelo silêncio", no qual fala-se que depois de apenas quatrodias do acidente com o Boeing em Donetsk, acusaçõesdo Ocidentecontra a Rússiase reduziram a apelos diplomáticosparacontribuir com uma investigação completa.

A publicaçãoacredita que a única opçãopossível de solução pacífica paratal situação é parar com as acusações infundadas e aescalada do conflitopor ambas as partes. O tomcada vez mais agressivo do Ocidente em torno datragédia dá a impressão de dois extremos, observou o "Gazeta.ru": ou "há muito tempo já sabem o que houve na realidade, mas por alguma razãonão revelam a verdade,ou o conhecimentodas partesnão vai muito além de suas própriasilusões".

Segundo escreveu o jornal, foram muitas as vezes em que acusaram a mídia russa de propaganda e falta de objetividade, mas os jornalistas do Ocidente, no dia do acidente, antes mesmo do início das investigações, acusaram a Rússia pela tragédia. O "Gazeta.ru" supõe que no momento atual não são necessárias "negociações diplomáticas" com formulações simplificadas, mas uma investigação totalmente transparente e  uma troca mútua de todos os dados disponíveis.

 

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