Muitos usuários notaram que a queda do Boeing é um momento decisivo no desenvolvimento da situação no sudeste da Ucrânia Foto: AP
As primeiras mensagens nas redes sociais russas após o desastre com o Boeing foram emoção pura. Pessoas compartilharam as primeiras notícias do desastre, acompanhadas de comentários curtos como “horror”, “pesadelo”, “meus pêsames”, bem como mensagens obscenas contra os responsáveis pelo ocorrido.
Logo depois, os usuários começaram a fazer esforços para compreender as causas e encontrar os culpados da tragédia. Após as primeiras especulações pela mídia, eles começaram a culpar as milícias da República de Donetsk, a Ucrânia e a Rússia.
“E aí, idiotas? Já pararam de brincar?”, escreveu em seu Twitter Evguêni Roizman, prefeito de Iekaterinburgo, a quarta maior cidade da Rússia, não citando, contudo, a quem seria direcionada sua mensagem.
Versões
Nas redes sociais também foram constantemente discutidas as possíveis versões da queda do avião por um lançador de mísseis-foguetes "Buk", tanto por milícias da República de Donetsk, como pelo Exército ucraniano.
Um homem que se diz controlador de tráfego aéreo espanhol e trabalha em Boryspil disse, em sua conta no Twitter, que três minutos antes da queda do Boeing-777, ele estava sendo acompanhado por dois caças da Força Aérea ucraniana.
“Parece que no mapa surgiu um novo ‘triângulo das bermudas’. Quantas mentiras e fofocas evidentes em forma de versões sobre acidente nos esperam”, escreveu o jornalista Stanislav Kutcher, em sua página no Facebook.
Paralelos
Muitos usuários notaram a semelhança da situação com o atentado de Lockerbie, quando, em 21 de dezembro de 1988, um Boing-747 que voava entre Londres e Nova York, explodiu no céu sobre a Escócia com bombas plantadas por terroristas líbios. “Nossa Lockerbie soviética”, escreveu o jornalista Oleg Káchin no Twitter.
Outros lembraram o desastre que ocorreu em 4 de outubro de 2001, quando o míssil antiaéreo ucraniano S-200 abateu um avião de passageiros da companhia aérea Siberia Airlines, que partiu de Tel Aviv rumo a Novorossisk, presumivelmente devido a um erro do operador da defesa antiaérea durante exercícios de tiro.
Foto: Evguêni Biiatov,Artiom Jítenev/RIA Nóvosti
“Eu não fiquei menos envergonhado pela Ucrânia, quando seus bravos guerreiros eos meios de comunicação mentiam abertamentesobre a derrubadado TU-154, da Siberia Airlines, sobre o mar Negro, e, em seguida, sordidamente se defenderam em juízo contra a reparação de danos”, disse oprofessor daUniversidade Estatal de Moscou,AnatóliKhodorkóvski, em suapáginano Facebook.
Teorias da Conspiração
Também foram amplamente discutidas as teorias da conspiração. Uma fotografia onde se compara a estrutura do avião malásio e o avião russo nº 1, no qual voava Vladímir Pútin rodou em todas as redes sociais. Ao mesmo tempo,começaram a surgirrelatos de queambos os aviões se cruzaramem um ponto,voandosobre a Polônia pouco antes do acidente.
Muitos usuáriosnotaram quea queda do Boeing é um momento decisivo nodesenvolvimento da situaçãonosudeste daUcrânia. “Este dia vai mudar o mundomais do quea Crimeiae tudo que ocorreu depois.Tudo isso é simplesmente horrívele nos esperam muitas coisas ruins”, escreveu oeditorda Look AtMídia,AleksêiAmetov,em suapáginano Facebook.
Condolências
Vários blogueiros estimularam os russos a levar flores às embaixadas da Holanda e Malásia em Moscou, publicando seus endereços. As primeiras flores foram colocadas na noitedesta quinta-feira (17).
“Eu não me importo se o foguetesaiu deKiev, Donetsk, Lugansk,apesar da divisão entre eles, brincadeiras de guerrinha, de uma forma ou de outra ainda é a Ucrânia. É o mesmo que um grupo de malandros eufóricos, numa briga de rua com outro grupo, por reflexo, se lançassem a um transeunte qualquer”, escreveu o jornalista Serguêi Lesnevski, no Facebook.
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: