Em 10 de abril, Assembleia Parlamentar decidiu suspender o direito de voto da Rússia por causa dos acontecimentos na Crimeia Foto: Reuters
A delegação russa não fará parte da equipe da trabalho da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (Pace, na sigla em inglês), pelo menos até o início de 2015. Aleksêi Puchkov, representante da Rússia na assembleia e presidente do Comitê da Câmara baixa do Parlamento Russo para Negócios Estrangeiros, explicou que a Rússia tentou colaborar, mas persistem sanções contra sua delegação.
"Quando uma delegação é privada da possibilidade de participar das decisões tomadas na assembleia, quando é privada da possibilidade de influenciar os resultados da votação, o seu peso se reduz ao mínimo", disse Pushkov à rádio Kommersant FM.
Em 10 de abril, Assembleia Parlamentar decidiu suspender o direito de voto da Rússia por causa dos acontecimentos na Crimeia. Além disso, excluiu a Rússia dos órgãos de decisão até o final deste ano.
Segundo Puchkov, há poucos dias, o porta-voz da câmara baixa do parlamento russo, Serguêi Naríchkin, disse ao presidente do Pace que “a Rússia não rejeita o diálogo, mas a linguagem de sanções dificulta a colaboração”.
Segundo Naríchkin, as sanções estarão em vigor até o final de 2014.
“É praticamente impossível prever o cancelamento das sanções pela Assembleia. Não há precedentes para isso. A delegação russa poderá voltar à Assembleia apenas em janeiro de 2015, quando se ratificam os poderes de todas as delegações nacionais", disse Naríchkin.
Em entrevista ao jornal “Izvéstia”, Púchkov declarou que a Rússia tem uma das maiores delegações da Assembleia e é um dos principais contribuintes para o orçamento do Conselho da Europa.
"A Rússia paga 23 milhões de euros cada ano. Alemanha, França, Itália e Reino Unido pagam o mesmo valor todos juntos. A pior coisa que o Pace pode fazer é isolar a Rússia, porque, no final, isso pode levar ao isolamento de toda a assembleia", disse Puchkov.
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Isolar a Rússia é uma tarefa impossível e irreal, garante LavrovAlém disso, Puchkov sublinhou que a Rússia não quer congelar as relações com a Europa e expressou sua esperança de que a União Europeia não expanda as sanções contra o país.
“Moscou nunca enviou tropas à Ucrânia e declarou que respeita os resultados da eleições presidenciais, apesar de dúvidas sobre sua legitimidade. Além disso, estamos interessados na resolução do problemas do gás”, disse.
“Vítima silenciosa”
O cientista político Serguêi Markov diz que a Rússia está desempenhando o papel de vítima silenciosa. “Esse papel não agrada à Rússia, por isso a delegação decidiu não participar das seções”, disse Markov.
Membro da delegação russa no Pace, o senador Anton Beliakov declarou que é preciso continuar a colaboração. Segundo ele, a Rússia não deve perder a oportunidade de expressar suas opiniões nos espaços internacionais, especialmente na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
"A Rússia foi privada do direito de voto, mas muitos membros da delegação acreditam que quando se trata de intervenções, participação nos grupos políticos, comitês e comissões, esse trabalho é importante e devemos continuá-lo. Assim, podemos participar de discussões e transmitir a opinião da Rússia aos colegas ocidentais", completou Beliakov.
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