Missão da OSCE, fracasso no Conselho Otan-Rússia e crise do gás em Kiev

Ischinger ressalta que “os membros da OSCE, incluindo a Rússia, farão todo o possível para que a organização possa continuar a exercer a sua missão” Foto: Reuters

Ischinger ressalta que “os membros da OSCE, incluindo a Rússia, farão todo o possível para que a organização possa continuar a exercer a sua missão” Foto: Reuters

Confira os destaques dos jornais russos sobre os eventos de 3 de junho relacionados ao país vizinho.

O jornal “Kommersant” publicou uma entrevista com o mediador da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a questão ucraniana, Wolfgang Ischinger, cuja missão terminou em escândalo: o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou-o de apelar para o fortalecimento da chamada “operação antiterrorista” em Donbass.

Ischinger rebateu que tais acusações são infundadas e, segundo ele, a situação é exatamente o contrário. “No âmbito do meu mandato na OSCE, eu defendi, do modo mais firme e persistente possível, as tréguas, de modo a dar à população das regiões orientais da Ucrânia a possibilidade de uma participação mais ampla e sem obstáculos nas eleições”, diz.

A publicação assinala, porém, que o desvio da missão da OSCE na Ucrânia “seria muito lamentável”. Mas Ischinger ressalta que “os membros da OSCE, incluindo a Rússia, farão todo o possível para que a organização possa continuar a exercer a sua missão”. Além disso, o “Kommersant” descreve que as últimas mesas-redondas “foram praticamente inúteis, uma vez que os líderes das milícias não participaram delas”.

Em contrapartida, Ischinger afirma que as mesas-redondas “não conseguem substituir as negociações de paz; os separatistas não iriam participar delas, mesmo que recebessem convite em envelopes de ouro”. Ainda de acordo com o diplomata, mesmo sem a participação de todas as partes, as mesas-redondas contribuíram para a revitalização do diálogo nacional extraparlamentar. “Estou convencido de que tais mesas-redondas vão continuar sendo úteis para o desenvolvimento político da Ucrânia”, afirmou.

Por fim, o “Kommersant” mostra que a OSCE está pronta para apoiar o processo das negociações no futuro. “Seria bom se o lado russo apoiasse totalmente essa iniciativa, tal como a UE e os EUA estão fazendo”, arremata Ischinger.

Confira a entrevista completa aqui (em russo)

A revista russa “Expert” se concentrou na reunião extraordinária do Conselho Otan-Rússia, a única plataforma que resta atualmente para contatos oficiais entre Moscou e Bruxelas. Como era de se esperar, a reunião desta segunda-feira (3) teve como tema a Ucrânia. “Muito poucas pessoas esperavam grandes avanços dali, e essas expectativas céticas se concretizaram”, comenta a publicação.

A revista lembra que Moscou vem pressionando a Otan para exigir que Kiev pare a operação em Donbass, além de voltar a cumprir as condições do documento de Genebra e aceitar o “roteiro de paz” elaborado pela OSCE. No entanto, o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, rejeitou o pedido da Rússia, dizendo que a posição da organização e da Rússia é “fundamentalmente discordante”.

A “Expert” se refere como uma “atitude bastante ingênua” esperar que a Aliança contribua para a implementação dos planos russos de estabilização e federalização da Ucrânia. De acordo com a publicação, o problema está no fato de os EUA usarem a polêmica “como ferramenta para implementar seus objetivos de política externa em relação à Rússia e à Europa”. Nesse cenário, as autoridades de Kiev “parecem obedecer mais aos sinais de Washington do que aos de Bruxelas”, diz a reportagem.

Clique aqui para ler o texto na íntegra (em russo)

O portal Gazeta.ru publicou que as negociações tripartidas sobre o conflito russo-ucraniano em torno do gás “mais uma vez não resolveram o problema”. Para resolver o conflito, poderá ser preciso mais um encontro até o dia 9 de junho – prazo dado a Kiev para liquidar as dívidas existentes. Caso contrário, lembra o veículo, a Ucrânia só terá fornecimento de gás com pagamento antecipado.

Mesmo assim, de acordo com o Gazeta.ru, as partes conseguiram dar um passo à frente ao concordar que a questão não será colocada ao Tribunal de Estocolmo. Um dos entrevistados pelo portal diz que Kiev ainda está tentando alcançar a redução máxima dos preços. A estratégia de resposta da Rússia, escreve o jornal, deve ser “a firme defesa de sua posição e a exigência do cumprimento do contrato, pelo menos enquanto a contraparte não pagar suas dívidas”.

Confirma mais detalhes no portal Gazeta.ru

 

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