Se Kiev deixar a Comunidade,ele também estará deixando a zona do livre comércio Foto: Reuters
O Conselho de Segurança Nacional e Defesa (CSND) da Ucrânia desmentiu a informação de que Andrêi Parubi, secretário do órgão, tivesse feito novas declarações sobre a saída da Ucrânia da CEI (Comunidade dos Estados Independentes).
"Andrêi Parubi não fez, nem ontem, nem hoje, quaisquer novas declarações referentes à saída da Ucrânia da CEI", lê-se em um comunicado à imprensa publicado no site do CSND.
O documento destaca que a única declaração que Parubi fez sobre o assunto foi em 19 de março. Então, o secretário anunciava o início do procedimento de saída da Ucrânia da CEI.
Além disso, na última terça-feira (27), o Ministro Interino dos Negócios Estrangeiros da Rada Suprema (Parlamento ucraniano), Andrêi Deschitsa, declarou que os projetos sobre a saída da Ucrânia da CEI ainda tramitam no órgão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, por sua vez, emitiu pareceres sobre a suposta saída da Ucrânia da CEI.
"Não será um golpe para a Comunidade, mas sim para a própria Ucrânia. Na verdade, quem irá sofrer com isso será a própria Ucrânia, que que tem carências econômicas e humanitárias, e participa de uma série de acordos no âmbito da Comunidade que lhe trazem benefícios”, destacou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Vassíli Nebenzia.
O vice-diretor do Instituto dos Países da CEI, Vladímir Jarikhin declarou ao diário Rossiyskaya Gazeta que a saída da comunidade poderia ser um processo complicado para Kiev.
"É o que mostrou a experiência da Geórgia. Formalmente, ela deixou a CEI, mas pediu para manter os acordos celebrados no âmbito da organização, não em uma base bilateral. O mesmo se aplica à Ucrânia. Caso seu governo, apesar de tudo tome a decisão de se retirar da comunidade, esse gesto político,em primeiro lugar, atingirá os interesses de milhões de ucranianos.”
O regime de isenção de vistos entre a Rússia e a Ucrânia vigora no âmbito do Tratado Geral da CEI. Se a Ucrânia deixar a organização, esse acordo terá que ser renegociado.
Haverá também custos econômicos. "Se Kiev deixar a Comunidade,ele também estará deixando a zona do livre comércio”, explica Jarikhin.
Para o especialista Ivan Gumeniuk, do Conselho Russo de Assuntos Internacionais, a saída da Ucrânia da CEI é um sinal para o mundo de que o país pretende concentrar-se na Europa e na Otan.
"É muito mais interessante, é claro, porque esse é o primeiro passo e uma mensagem sobre o lado que a Ucrânia quer tomar. Os passos seguintes à saída da CEI seriam a celebração de um acordo com a UE, a possível adesão à Otan em um curtíssimo prazo e o livre comércio com a UE”, diz Gumeniuk.
Com a agência de notícias Itar-Tass e o jornal Rossiyskaya Gazeta
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