Votação na embaixada da Ucrânia em Moscou foi marcada pela organização

Pessoas de diferentes também compareceram às urnas em Moscou – de Kiev, Donetsk, Dnipropetrovsk e até mesmo da Crimeia Foto: Serguêi Kuznetsov/RIA Nóvosti

Pessoas de diferentes também compareceram às urnas em Moscou – de Kiev, Donetsk, Dnipropetrovsk e até mesmo da Crimeia Foto: Serguêi Kuznetsov/RIA Nóvosti

Neste domingo (25), cidadãos ucranianos foram às urnas para escolher o novo presidente do país. O correspondente da Gazeta Russa conferiu o clima entre os leitores na embaixada da Ucrânia em Moscou, a principal mesa eleitoral na Rússia.

A embaixada da Ucrânia em Moscou funciona em uma mansão histórica do século 18, bem no centro da capital. A longa cerca de grade do jardim coberta de flores e ícones relembra a tragédia de Odessa, no último dia 2. No entanto, neste domingo ensolarado, o local foi palco de mais um marco para a sociedade ucraniana: as eleições presidenciais antecipadas.

O acesso às flores ao longo da grade ficou vedado com barreiras, a polícia isolou a travessa nos entornos e, quem quisesse ingressar na embaixada, tinha que passar por um detector de metais na própria rua, bem antes da entrada.

Os cidadãos ucranianos que moram na Rússia puderam votar nas seis mesas de votação na embaixada da Ucrânia em Moscou, assim como nos consulados em São Petersburgo, Nijni Novgorod, Iekaterinburgo, Novosibirsk e Rostov-no-Don. Tudo estava organizado com precisão e todos haviam se registrado com antecedência. Não havia sequer filas.

“Tem muita gente votando. O problema é que da última vez teve muitas pessoas que não se registraram com antecedência, e aí formou fila. Mas agora o registro prévio é obrigatório e por isso não se acumula ninguém aqui”, explicou um policial ucraniana na entrada da embaixada.

Depois de receberem uma senha, os eleitores atravessavam o quintal , onde estavam pendurados cartazes com a biografia de todos os candidatos presidenciais. Mas ninguém demorava perto deles. Os eleitores se diferenciavam entre si: alguns vestiam as tradicionais camisas bordadas da Ucrânia, e outros com estilo mais casual.

“Eu sou de Donetsk. Tenho os meus pais lá e eles não podem votar. Como você sabe, em Donetsk não se pode votar por causa daqueles homens armados. Por isso os meus pais me pediram para votar simbolicamente também por eles”, explicou um dos eleitores na fila, que preferiu não ser identificado.

Nessa mesma hora, chegou um homem de camiseta com bordado tradicional. “Você tem um bordado ucraniano muito bonito”, disse uma mulher que o viu passar. “Isto é Ralph Lauren”, rebateu o rapaz, aparentemente ofendido.

Pessoas de diferentes também compareceram às urnas em Moscou – de Kiev, Donetsk, Dnipropetrovsk e até mesmo da Crimeia.  “Vivo em Moscou por razões familiares, mas continuo sendo cidadã ucraniana e quero voltar para casa, para a Ucrânia. Só não sei mais exatamente para onde”, disse uma jovem mãe natural da Crimeia.

Perto da embaixada, o cordão policial permanecia tranquilo – bem mais tranquilo do que a conversa dos policiais pelo rádio: “Tem gente enchendo a cara na rua Arbat [no centro de Moscou]. Respondam.”

 

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