Protesto em Donbas, reunião em Kharkov e crise do gás

O governo central de Kiev, liderado por Arséni Iatseniuk, deu logo a entender que não pretende se sentar à mesa com os milicianos das regiões de Donetsk e Lugansk Foto: Reuters

O governo central de Kiev, liderado por Arséni Iatseniuk, deu logo a entender que não pretende se sentar à mesa com os milicianos das regiões de Donetsk e Lugansk Foto: Reuters

Acompanhe a situação na Ucrânia pelas reportagens publicadas na imprensa russa nesta segunda-feira (19).

O jornal “Kommersant” publicou um texto sobre o mais recente protesto organizado no Donbas. Segundo o “governador do povo” Pável Gubarev, a manifestação teve como objetivo decidir a abertura da fronteira com a Rússia. No entanto, menos de mil pessoas compareceram no evento, o que desapontou os organizadores.

Na véspera, o ministro da Defesa da República Popular de Donetsk (RPD), Igor Strelkov, informou, em declaração oficial, sobre a insuficiência de milicianos. Ele ressaltou que, desde o início dos confrontos na região de Donetsk, não foi possível encontrar “nem 20 soldados profissionais prontos para assumir o comando das unidades formadas”.

A maioria dos voluntários que foi a Slavianka para pegar armas, segundo o “Kommersant”, regressa para casa quando descobre que terão que lutar ali mesmo e que não poderão voltar para casa armados. Diante dessa situação, Strelkov não exclui a possibilidade de chamar mulheres para fortalecer as milícias.

Mais informações (em russo) em http://www.kommersant.ru/doc/2474222 

Em outra reportagem do jornal “Kommersant” é descrita a segunda mesa-redonda da unidade nacional, que foi organizada em Kharkov por iniciativa do governo federal. Tal como a de Kiev, que aconteceu alguns dias atrás, a reunião concentrou principalmente “representantes da elite da capital, bem como das regiões oeste e centro do país”. O leste da Ucrânia teve mais uma vez uma representação relativamente fraca, “embora formalmente fosse a região anfitriã do evento”.

O governo central de Kiev, liderado por Arséni Iatseniuk, deu logo a entender que não pretende se sentar à mesa com os milicianos das regiões de Donetsk e Lugansk, sublinhando que “ninguém vai negociar com terroristas”. Precisamente por isso, pressupõe o jornal, o encontro não foi realizado em Donetsk, para onde tinham sido convidados pelo governador local Serguêi Taruta. Ainda segundo o “Kommersant”, Iatseniuk anunciou a possibilidade de independência econômica de Donetsk e Lugansk, propondo às regiões que passem para um regime de autofinanciamento.

Detalhes sobre a segunda mesa-redonda (em russo) em http://www.kommersant.ru/doc/2474251

Nesta segunda, o “Vedomosti” publicou que a Rússia propôs à Ucrânia uma solução para resolver o conflito do gás. O intuito é que a Naftogaz quite a dívida existente junto à Gazprom, que, no dia 1º de abril, já somava US$ 2.237 bilhões. Nesse caso, a Rússia “faria um desconto no gás para Ucrânia”, cujo valor, no entanto, ainda não foi especificado.

O jornal sugere que a Gazprom não está preocupada com a intenção da Ucrânia em apresentar queixa no Tribunal de Arbitragem de Estocolmo. Segundo os analistas entrevistados, “o governo ucraniano se agarrou ao valor de US$ 268,5 e afirma ser esse o preço de mercado”. Por outro lado, a empresa compra gás reversível da Alemanha ao preço “fora de mercado” de 380 dólares. “O Tribunal de Arbitragem de Estocolmo irá levar em conta a posição inconsistente da Ucrânia”, conclui um dos analistas.

Quer saber mais sobre a proposta? Acesse o link a seguir (em russo): http://www.vedomosti.ru/politics/news/26635501/rossiya-gotova-dat-skidku-ukraine?full#cut

O “Nezavisimaya Gazeta” também examina detalhadamente a questão do gás e fala a reunião do Comissário Europeu para a Energia, Günther Oettinger, com o ministro russo da Energia, Aleksandr Novak. O jornal lembra que, em abril, o presidente russo Vladímir Pútin se dirigiu aos membros da União Europeia para resolver urgentemente o problema da dívida da Ucrânia em relação ao gás fornecido.

Pelas informações apuradas, no último mês foi realizada apenas uma reunião tripartida, envolvendo os parceiros europeus, Moscou e a Ucrânia. Desde então, não se verificou nenhum progresso significativo para a resolução do problema; pelo contrário, a situação só piorou, porque a dívida da Ucrânia cresceu mais. Pútin também declarou que, a partir de 1º  de junho, a parte russa irá fornecer apenas gás que seja pré-pago pelos ucranianos. Segundo o jornal, a próxima reunião tripartida está prevista para 26 de maio.

Reportagem completa do “Nezavisimaya Gazeta” (em russo) em http://www.ng.ru/economics/2014-05-19/4_tranzit.html

 

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