Primeira reunião de unidade nacional para resolver a crise na Ucrânia ganhou destaque nos jornais russos Foto: Reuters
Em uma análise da atual situação econômica do país, o jornal “Kommersant” sobre os planos de Kiev para emitir eurobonds – títulos de dívida com a garantia de todos os países da zona do euro –, no montante de 1 bilhão de dólares. Os pagamentos serão garantidos pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
Antes da mudança de poder na Ucrânia, era o lado russo que ajudava a concretizar a emissão dos eurobonds. Porém, segundo o jornal, atualmente “Kiev quase não consegue cobrir o déficit orçamental com a ajuda de empréstimos estrangeiros. As agências de classificação de risco avaliam a capacidade da Ucrânia de quitar as dívidas como limitada”, enquanto organizações internacionais preveem uma queda de 5 a 7% para este ano.
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Em outra matéria, o “Kommersant” descreveu a primeira reunião de unidade nacional para resolver a crise na Ucrânia, da qual participaram cerca de 40 políticos. A maioria era proveniente de Kiev e das regiões ocidentais. O jornal qualificou como “visível” a quantidade insuficiente de representantes do sudeste do país.
A sessão foi aberta por Oleksandr Turtchinov, que declarou que, “para o novo poder de Kiev, não importa em que região vivem os cidadãos, que língua falam e qual igreja frequentam”. Ele ressaltou que o governo central está disposto a dialogar com as regiões. O deputado de Lugansk e presidente da bancada do Partido das Regiões, Oleksandr Efremov, lembrou que muitos no leste do país não consideram o atual poder central de Kiev como legítimo, sublinhando a necessidade de realizar uma reforma constitucional. “A Ucrânia Oriental poderia se contentar com a descentralização ou federalização, sem o direito de se separar do país”, disse Efremov.
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O jornal “Nezavisimaia Gazeta” também publicou um artigo sobre a reunião ucraniana iniciada pela OSCE para resolver a situação no sudeste do país. Segundo o jornal, os líderes das repúblicas autodeclaradas de Donetsk e Lugansk, bem como os chefes da milícia, foram chamados para participar das negociações, mas negaram o convite. “Eles estão centrados na palavra de Moscou, sem a qual solucionar a crise ucraniana, aparentemente, será impossível”, publicou o jornal.
Citando opiniões de especialistas, o “Nezavisimaia Gazeta” destacou o cansaço dos políticos europeus em relação aos eventos ucranianos e seu desejo de resolver o conflito rapidamente. “Há alguns exemplos no mundo em que os mediadores ocidentais estão negociando há 30 anos e, enquanto isso, sangue continua sendo derramado.”
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No editorial, o “Nezavisimaia Gazeta” publicou também o texto “Não há negociadores. Nem mesmo cegos e surdos”. Nele, constata um dos problemas básicos que atrapalham a solução do conflito na Ucrânia: a ausência de novos líderes políticos. Nas palavras do jornal, o ideal seria que o líder fosse “uma pessoa dotada de grande autoridade em todo o país e capaz de uni-lo. Mas, não existe um herói nacional. Na frente do palco político da Ucrânia foram parar políticos revanchistas, figuras com uma reputação que está longe de ser irrepreensível, ou até mesmo, simples personagens de operetas”.
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O jornal “Vedomosti”, citando um representante anônimo de uma das empresas europeias de petróleo e gás, declarou que o presidente do conselho administrativo da Gazprom, Aleksêi Miller, quase estaria entre os nomes da nova lista de sanções da União Europeia. No entanto, de acordo com o jornal, os parceiros europeus da companhia conseguiram, por meio de seus políticos, a exclusão de Miller da lista. O argumento é que “as sanções complicariam seriamente o trabalho” com a Gazprom. Os representantes das maiores companhias europeias de petróleo e gás se recusaram a comentar a situação.
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O portal Gazeta.ru publicou um artigo sobre um dos problemas atuais mais prementes da Crimeia, que é a garantia do abastecimento de água. O site diz que Simferopol e Kiev estão negociando a retomada do fornecimento de água para a península. “É bastante provável que fontes de água alternativas, que poderiam substituir integralmente o Canal Norte da Crimeia, não surjam na península em um futuro próximo”, escreveu o Gazeta.ru.
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