"Há falta de informação sobre a Ucrânia na América Latina", diz Lavrov

No que diz respeito à situação na Ucrânia, o chanceler russo disse que Moscou contribui para o diálogo nacional nesse país Foto: serviço de imprensa

No que diz respeito à situação na Ucrânia, o chanceler russo disse que Moscou contribui para o diálogo nacional nesse país Foto: serviço de imprensa

Durante série de visitas a países da América Latina, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguêi Lavrov, se reuniu com seu homólogo peruano, Eda Rivas, e com o presidente, Ollanta Humala.

Na última quinta-feira (30), o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguêi Lavrov, chegou fez uma visita oficial ao Peru.

"Há uma falta de informação na América Latina sobre o que está acontecendo na Ucrânia", disse Lavrov durante conferência de imprensa com o sua homóloga peruana, Eda Rivas, no Palácio de Torre Tagle, sede principal do Ministério das Relações Exteriores do Peru.

Segundo ele, a parte russa fez tudo para fornecer mais informações sobre o assunto durante a reunião com o presidente do Peru, Ollanta Humala, que caracterizou o encontro como muito útil.

O chanceler russo sublinhou que o Peru e a Rússia consideram necessário a realização de negociações entre todas as forças envolvidas no conflito na Ucrânia.

"Isso é muito importante. As autoridades de Kiev devem estar cientes da sua responsabilidade e assumir que devem começar as negociações com os representantes do sul e do leste da Ucrânia para chegar a um acordo sobre como conviver no futuro", declarou o ministro russo.

Segundo ele, esse diálogo entre as autoridades de Kiev e seus oponentes em outras regiões do país pode ser amparado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O chanceler russo acrescentou que durante os 45 anos das relações diplomáticas entre a Rússia e o Peru os dois países assinaram 20 acordos de cooperação. Lavrov disse que ficou "muito satisfeito com os resultados da visita".

A chefe da diplomacia peruana, Eda Rivas, declarou que as partes concordaram em diversificar a oferta de exportação e aumentar as relações econômicas, com o objetivo de chegar a um acordo comercial. "Discutimos os temas de cooperação em ciência e tecnologia, na área técnico-militar e outros", disse.

"No futuro próximo, planejamos começar as negociações sobre um acordo de livre comércio com a Rússia. O Peru e a Rússia têm muitos interesses comuns. Decidimos aprofundar ainda mais as relações, que são úteis para ambos os países. Por essa razão, no futuro próximo, um ministro peruano visitará Moscou", completou Rivas.

Visitas a Cuba, Chile e Nicarágua 

Antes de chegar ao Peru, Lavrov visitou Cuba, onde se reuniu com o presidente Raúl Castro e com o seu homólogo cubano, Bruno Rodriguez. Em seguida foi para a Nicarágua para se reunir com o presidente do país, Daniel Ortega.

Rodriguez declarou que o destacamento de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte nos territórios próximos às fronteiras russas é uma ameaça à paz e à segurança internacional.

Acrescentou que seu país rejeita fortemente a introdução de sanções contra a Rússia porque "esses países desencadeiam guerras de conquista e intervêm para desestabilizar governos soberanos".

No que diz respeito à situação na Ucrânia, o chanceler russo disse que Moscou contribui para o diálogo nacional nesse país e leva em consideração os interesses de todas as regiões que o constituem. 

Na Nicarágua, durante encontro com Ortega, o chanceler russo afirmou que a "ordem mundial unilateral está no passado e agora é a hora de uma ordem mundial policêntrica; a Rússia acha que a América Latina é uma das bases sólidas dessa ordem mundial".

No Chile, onde se reuniu com a presidente do país, Michelle Bachelet, e com o seu homólogo chileno, Heraldo Muñoz, o diplomata russo declarou que os EUA estão realizando uma campanha de propaganda em torno da Ucrânia a fim de fortalecer sua hegemonia no mundo.

"Infelizmente, a máquina de propaganda de nossos colegas ocidentais está trabalhando a toda velocidade. Os americanos querem criar uma refração da opinião pública porque em primeiro lugar eles estão interessados não no destino da Ucrânia, mas no seu desejo de provar que o que eles decidem deveria sempre ser aplicado em todos os lugares", declarou Lavrov durante uma conferência de imprensa na capital chilena.

 

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