Operação no sudeste da Ucrânia está mergulhando o país em um conflito civil Foto: AP
Em meio à forte escalada de violência no sudeste da Ucrânia, os diplomatas russos vêm consultando seus homólogos ocidentais na tentativa de resolver o conflito. De acordo com um comunicado oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, concordou que é necessário brecar imediatamente a onda de violência e começar a cumprir os acordos alcançados em Genebra, em 17 de abril.
Em conversa com seu homólogo russo, Serguêi Lavrov, Steinmeier manifestou prontidão em contribuir, sob os auspícios da OSCE, para o início de um diálogo igualitário entre as autoridades de Kiev e representantes do território sudeste da Ucrânia. A mesma iniciativa foi sugerida ao presidente da Suíça e atual presidente em exercício da OSCE, Didier Burkhalter.
A operação no sudeste da Ucrânia está mergulhando o país “em um conflito fratricida”, segundo o ministro russo. Durante conversa com John Kerry, chefe do Departamento de Estado dos EUA, Lavrov também exortou os EUA a “usar toda a sua influência" para incentivar o regime Kiev a cessar as hostilidades, retirar as tropas e libertar os manifestantes.
No último dia 3, o enviado especial do Kremlin, Vladímir Lukin, conseguiu garantir a libertação dos 12 observadores da OSCE que tinham sido capturados por milicianos em Slaviansk. Lukin declarou à agência Itar-Tass que a libertação dos observadores foi um “ato humanitário voluntário” dos apoiantes da federalização. “Gostaríamos de ver outros atos humanitários como esse, que cessem os confrontos armados e sentem à mesa das negociações”, acrescentou o diplomata.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia se referiu à libertação dos observadores da OSCE como um exemplo do cumprimento dos acordos de Genebra, citando “os esforços coordenados dos mediadores russos”.
Conivência em Odessa
Também no dia 3 de maio, o assessor de imprensa do Kremlin, Dmítri Peskov, responsabilizou Kiev pela morte de quase 50 pessoas durante os confrontos em Odessa. “As autoridades que estão em Kiev não são apenas responsáveis por esse crime, elas são também cúmplices de tais atos criminosos e têm as mãos manchadas de sangue”, disse.
Segundo Peskov, os líderes ocidentais demonstram “completa incompreensão do que está acontecendo, fato que se deve à incapacidade de obter informação confiável ou à relutância em recebê-las”. Os planos de eleições presidenciais na Ucrânia em meio ao derramamento de sangue foi criticada pelo assessor.
O enviado da Rússia junto à ONU, Vitáli Tchúrkin, comparou a tragédia em Odessa a crimes nazistas e pediu aos países ocidentais para esclarecerem a sua posição. “As medidas punitivas tomadas contra o seu próprio povo mostram a incapacidade ou falta de vontade da atual liderança em Kiev para cumprir as suas obrigações nos termos da Declaração de Genebra de 17 de Abril”, disse Tchúrkin.
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