Rússia não deixará de ter uma resposta “dolorosa” Foto: Reuters
A nova lista divulgada pelo governo americano nesta segunda-feira (28) inclui, por exemplo, o presidente da estatal Rosneft, Igor Sêtchin, e o diretor-geral da Rostec, Serguêi Tcheremezov. Também integram a relação da Casa Branca o vice-chefe da administração do Kremlin, Viatcheslav Volodin, o vice-premiê, Dmítri Kozak, e o representante plenipotenciário do presidente da Rússia na Crimeia, Oleg Belaventsev, entre outras autoridades.
“As principais sanções que estão em vigor não são contra personalidades, mas contra grandes empresas, cuja lista provavelmente irá se expandir e que serão excluídas dos mercados financeiros externos. As sanções pessoais contra Sêtchin ou Volodin são simbólicas”, analisa o cientista político Fiódor Lukianov, presidente do Conselho de Política Externa e de Defesa.
No total, 17 empresas russas controladas por Gennádi Timtchenko ou por Arkádi e Boris Rotenberg, empresários que fazem parte do círculo próximo do presidente russo, estarão sujeitas às novas sanções.
Em resposta à terceira rodada de medidas proibitivas anunciada por Washington, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Riabkov, declarou que a Rússia não deixará de ter uma resposta “dolorosa”. “Jamais escondemos o fato de que existem várias possibilidades para esse tipo de resposta, e um conjunto de medidas, bastante amplo, será aplicado”, disse o ministro citado pela agência de notícias Interfax.
“Ninguém tem o direito de falar na língua das sanções com a Rússia, as tentativas de nos ditar o que fazer e de nos dar ultimatos irão se voltar contra aqueles que estão empenhados nisso”, acrescentou Riabkov.
Guerra morna
De acordo com Lukianov, o atual momento equivale a uma “segunda Guerra Fria”. “É difícil dizer quanto tempo ela irá se prolongar, mas, com certeza, se estenderá pelos próximos anos. Ela irá florescer e envolver todas as esferas de relações”, sugere o cientista político.
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O cientista político próximo ao Kremlin, Gleb Pavlóvski, acredita também que, em vez de representar uma solução para a crise, as medidas indicam uma futura imersão nela. “As recentes sanções consistem na combinação de dois motivos: golpear a economia e, por outro lado, enfurecer Moscou a ponto de diminuir a adequação de sua reação”, aponta.
Apesar das previsões pessimistas, o diretor da Fundação de Estudos dos EUA “Roosevelt” da Universidade Estatal de Moscou, Iúri Rogulev, diz que a lista divulgada pelos EUA era previsível. “Mas eu não falaria em Guerra Fria ou em um agravamento muito sério das relações. Essas ações ainda não passam de perfumaria”, considera Rogulev.
Com materiais da Interfax e Gazeta.ru
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